terça-feira, 22 de setembro de 2009

Lição 1 - Conhecendo a Bíblia

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome

do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo...” Mt 28:19

A Paz do Senhor.

Tendo como base o princípio bíblico de “fazer discípulos”, e afim de cumprir a missão de Deus para Sua Igreja , segue um conjunto de 13 lições que vão auxiliar alunos e mestres no discipulado.


Texto Bíblico


"Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para o meu caminho"
(Salmo 119:105)

INTRODUÇÃO

Você já deve Ter em suas mãos a Bíblia Sagrada. Não é um escrito qualquer, pois é o livro dos livros. É diferente porque só nele você encontra tudo o que Deus fez para dar a salvação e a vida eterna às pessoas. Através dele, você sabe qual é a vontade de Jesus para a sua vida, agora que tomou a decisão de não somente tê-lo como Salvador, mas também como seu Senhor. Por isso, a Bíblia é chamada de a Palavra de Deus.

I. A BÍBLIA EM SUAS MÃOS

Dê uma olhada rápida neste livro que está em suas mãos. Provavelmente veio à sua mente a pergunta: o que é a Bíblia? Para você descobrir a resposta, primeiro, tem de entender que este vocábulo quer dizer ‘livros’. Isto é, vários livros juntos em um só. Há uma página em sua Bíblia, logo nas primeiras folhas, onde estão escritos os nomes de todos os livros que a formam. Procure-a e dê uma lida neles. Não se preocupe, se alguns deles forem estranhos e difíceis para se ler pela primeira vez.

Bem cedo, em sua vida cristã, você concluirá que não se pode ser crente sem a Palavra de Deus. Por isso, os autênticos cristãos carregam, lêem e estudam a Bíblia.

A Bíblia é a Palavra de Deus, porque, através dela, o Senhor se dá a conhecer aos homens. Isto se chama revelação divina.

Deus fala conosco através da Bíblia. Lendo-a, você começa a conhecer o Senhor, a entendê-lo e a obedecer às orientações dele para a sua vida particular e participação na igreja da qual você faz parte.

A revelação de Deus, a qual se encontra na Bíblia, foi escrita por cerca de 40 pessoas, em dois idiomas, o hebraico e o grego, bem diferentes do português.

Isto aconteceu há muitos anos. Uns eram profetas, outros reis, sacerdotes, pescadores, criadores de gado e até cobrador de impostos. Deus escolheu estas pessoas e as usou, apesar de suas imperfeições e seus diferentes conhecimentos da vida humana. Este é o lado maravilhoso da Bíblia. Apesar dos livros serem escritos por pessoas diferentes, em épocas bem distantes, e depois unidos num livro só, a Bíblia é completa e perfeita em unidade e harmonia.

Deus inspirou estas pessoas para escreverem a Bíblia, capacitando-as a receber e a transmitir o ensino sem mistura nem erro. A inspiração divina é também a garantia de que as pessoas escolhidas escreveram apenas o que Deus queria, sem os sinais das fraquezas e dos erros, próprios da natureza humana. Leia a seguir o que disse Paulo, um dos escritores da Bíblia. Ele falou: ‘Toda a Escritura é divinamente inspirada...’ (2 Timóteo 3:16a).

II. COMO USAR A BÍBLIA NA IGREJA

A primeira parte da Bíblia, a qual começa com o livro de Gênesis e termina com o de Malaquias, chama-se Antigo Testamento ou simplesmente AT. São ao todo 39 livros.

Depois de Malaquias, o último livro do AT, inicia-se o Novo Testamento, conhecido pelas letras iniciais NT e tem 27 livros.

Você aprendeu que as duas divisões da Bíblia são o Antigo e o Novo Testamento. Juntos somam 66 livros. Um detalhe interessante no entanto, é saber que os 66 livros não estão arrumados pela ordem de data em que foram escritos. A preocupação de Deus não foi contar uma história, mas, sim, revelar o seu plano para salvar todos os homens.

Para que o leitor encontre facilmente um texto, cada livro é dividido em capítulos e versículos. O número em tamanho grande, no lado esquerdo das palavras impressas, indica o capítulo, e o menor, o versículo. Encontre em sua Bíblia João 3:16. O número 3 é o capítulo e o 16 é o versículo.

Antes do início de cada capítulo, ou de alguns grupos de versículos, você encontra o título do assunto. É bom você saber que os escritores da Bíblia não escreveram seus livros, separando os assuntos por títulos, capítulos, versículos, e nem usavam a pontuação, como o ponto e a virgula. Todos estes recursos foram adotados muitos anos depois, para facilitar a leitura e o estudo da Bíblia.

As Bíblias que estão nas mãos dos crentes, para leitura e estudo, são escritas em diversas versões. As versões são resultantes de atualizações de uma tradução. A tradução significa passar tudo o que foi escrito em um idioma para outro; no caso da Bíblia, passou-se tudo o que estava escrito em hebraico e grego para o português. A tradução principal, usada no Brasil, é a de João Ferreira de Almeida. Desta tradução, existem as versões que apresentam diferenças, não na mensagem, mas nas palavras.

III. COMO USAR A BÍBLIA NO DIA-A-DIA

Você não deve usar a Bíblia só quando vai aos cultos promovidos por sua igreja. Se limitar o uso dela somente a estes momentos, o seu crescimento espiritual acontecerá lentamente. O desejo de Deus é que você seja um adulto espiritual e não uma criança. Leia ! Coríntios 13:11; 14:20 e Efésios 4:15. É claro que você também deseja crescer espiritualmente, através da Bíblia. Para que isto aconteça, o primeiro passo a ser dado é ler a Bíblia. Concientize-se de que precisa ler a Bíblia. Todo o dia, você tem de comer algum alimento para não morrer de fome. Assim também precisa se alimentar da Palavra de Deus.

Manuseie a Bíblia todos os dias. Não basta lê-la uma vez ou outra, ou só aqueles textos soltos mais conhecidos. Além de ler diariamente, você deve tomar a decisão de estudar a Bíblia toda.

O segundo passo que você deve dar para crescer espiritualmente, é memorizar os textos bíblicos. Quando você faz isso, está guardando, escondendo e fazendo habitar em si a Palavra de Deus.

Outro passo que você deve dar é estudar a Palavra de Deus. Estudar é mais que ler cuidadosamente. Devem acompanhar você no estudo os seguintes materiais: Bíblia, Concordância Bíblica, Chave Bíblica, Dicionário Bíblico, Dicionário da Língua Portuguesa e um caderno. Logicamente, na falta deste material a Bíblia por si só é suficiente.

O último passo é Ter um momento de meditação na Palavra de Deus. Leia Salmo 1:1 a 3 e medite. È preciso que você se dedique à meditação diariamente. Selecione um momento específico, escolha um lugar especial a sós com Deus. É bom que tenha um plano de estudo que se constitua de passos bem simples.

Sempre antes de iniciar a leitura, faça uma oração ao Espírito Santo e peça-lhe que venha lhe ensinar todas as coisas, pois foi Ele mesmo quem inspirou os escritores da Bíblia, então, não há ninguém melhor do que Ele para te ensinar as Santas Palavras.

QUESTIONÁRIO

1) Mencione, pelo menos, três títulos dado à Bíblia:

2) Em quais idiomas a Bíblia foi escrita?

3) O que significa o vocábulo Bíblia?

4) Qual o nome do mais conhecido tradutor da Bíblia para o português?

5) Quantos escritores, ao todo, escreveram a Bíblia?

Lição 2 - Conhecendo Deus

Texto Bíblico
"Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós"
(Tiago 4:8a)

INTRODUÇÃO

Conforme o que está escrito em Efésios 2:12, no tempo em que você não havia recebido ao Senhor Jesus como seu único e suficiente salvador, vivia sem Deus no mundo. Por isso, todo o novo crente deve, imediatamente, após aceitar a Cristo, começar a conhecer o seu Senhor. É sempre nesta ordem: primeiro, vem o ato de fé, depois, a busca do conhecimento de Deus. Do ponto de vista humano, você teria de conhecê-lo bem antes, para depois crer nele. Mas, no caso do cristão, é diferente; ele nasce e vive espiritualmente pela fé em Deus. Os seus conhecimentos deverão se submeter à fé. Nunca o contrário.

O Senhor deseja que você agora entregue a ele todas as áreas de sua vida e confie plenamente nele. Isso só é possível, se conhecê-lo bem. Então, tenha o desejo de obter o conhecimento divino.

Para entender o mundo em que vive, Ter censo de direção, edificar-se interiormente e saber qual é a sua missão nesta vida, você tem de conhecer Deus. Talvez você tenha várias idéias a respeito do Senhor, mas elas devem corresponder àquilo que é dito sobre o criador. E mais, a compreensão que o crente pode Ter sobre quem é o Todo-Poderoso, é conseqüência da revelação que o Onipotente deu de si mesmo. Você já estudou, na lição anterior, que a revelação de Deus se deu através da Bíblia. Uma manifestação com linguagem compreensível a todas as pessoas. Mas jamais alguém teve a compreensão total do Onipotente, pois o que se pode conhecer de Deus está além da capacidade humana.

Esta lição se propõe a lhe ajudar nesta aprendizagem, a qual deve durar por toda a vida.

I. CONHECENDO DEUS ATRAVÉS DE SUAS QUALIDADES

Deus tem muitas qualidades, através das quais Ele se identifica com os homens, e, ao mesmo tempo, torna-se diferente de todos os seres espirituais.

Você descobre quais são as qualidades de Deus, ao conhecer os seus nomes.

Deus mesmo se revela, faz-se conhecer, ao proclamar o seu nome (leia Êxodo 6:2 e 3). O Senhor queria ser reconhecido pelo povo de Israel, através de seus feitos.

Por que conhecer o Senhor pelo nome? No caso de Deus, é muito mais do o conjunto de letras do português ou de qualquer outro idioma. É o nome que revela aos homens as qualidades do Criador. Além disso, é uma maneira de se responder quem é o Todo-Poderoso.

- O seu nome deve ser invocado na adoração (leia Gênesis 12:8);

- O seu nome deve ser temido (leia Deuteronômio 28:58);

- O seu nome deve ser louvado (leia 2 Samuel 22:50);

- O seu nome deve ser glorificado (leia Salmo 86:9);

- O seu nome não pode ser tomado em vão (leia Êxodo 20:7);

- O seu nome não pode ser profanado, nem blasfemado (leia Levítico 18:21; 24:16);

- O seu nome deve ser santificado e bendito (leia Mateus 6:9);

Na Bíblia, os nomes de Deus mais comuns são:

- Deus: - Quando você o encontra no texto Bíblico, ele fala do seu poder criativo e total.

- Senhor ou Jeová: - É Deus relacionado com as pessoas, para ajudá-las e salvá-las.

O vocábulo Deus, com outras combinações, como ‘altíssimo’, ‘suficiente’, ‘eterno’, e ‘conosco’, revela as qualidades do Senhor e mostra a sua maneira de agir entre as pessoas.

Senhor: - no sentido de governador e dominador, é aquele que exige o serviço e a lealdade do seu povo.

Pai: - Mostra que todas as coisas e o ser humano foram criados por ele e estão debaixo de proteção.

II. CONHECENDO DEUS ATRAVÉS DOS ASPECTOS DE SEU CARÁTER

Você também conhece Deus, ao estudar o que Ele é em si próprio, e em relação ao universo e aos seres por Ele criados. Tudo isso é chamado de atributos divinos, ou seja, aspectos do seu caráter.

Existem os aspectos que só Deus possui e nada há que os lembre nos homens ou nos outros seres por Ele criados. O primeiro deles é a soberania. Significa que Deus é chefe, maioral ou supremo. No universo em que está a terra, só há um dirigente: o Todo-Poderoso. Para você, isto é encorajador, porque tem a segurança de que nada há fora do controle do Senhor, e os seus planos são, de fato, realizados. Leia o Salmo 103:16. O segundo aspecto é a eternidade. Nunca houve um tempo em que Deus não existisse. Ele não tem princípio e jamais terá fim. Não se limita ao tempo. Porque é eterno, vê o passado e o futuro de modo tão claro como contempla o presente. Nesta perspectiva, Ele sabe o que é melhor para a vida do crente. Você pode confiar nele. Leia Isaías 44:6.

A Onisciência é o terceiro aspecto divino. Deus possui todo o conhecimento que existe. Nada o pega de surpresa. A onisciência do Senhor permite que ele tenha conhecimento de tudo antes e depois da salvação de cada ser humano. Ele perdoa os pecados do homem e o aceita em sua família. Leia Hebreus 4:13.

O quarto aspecto divino é a onipresença. Significa que Deus é infinito e está presente em todo o tempo e espaço. Ninguém pode se esconder de sua face. Mas a presença do Senhor deve ser experimentada em todo o tempo para se receber as suas bênçãos de uma maneira bem real. Leia Jeremias 23:24. Deus tem mais do que poder necessário para realizar todas as coisas. Isto quer dizer que Ele é onipotente, o seu quinto aspecto divino. O crente tem certeza de sua salvação, porque o Senhor é Todo-Poderoso. Esta força se manifesta no evangelho de Cristo, para a salvação dos homens. Veja o que diz a Bíblia em Romanos 1:16: ‘Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê’.

Deus mostra a sua onipotência, através do seu poder de criar: ‘No princípio criou Deus os céus e a terra’ (Gênesis 1:1).

O Criador preserva todas as coisas, cuida e manifesta a sua providencia para o crente, pela sua onipotência. Leia Hebreus 1:3 e Filipenses 3:20 e 21.

O sexto aspecto divino diz que Ele é imutável. Jamais muda em sua natureza e aspectos. Será sempre bom, justo e verdadeiro. Você pode crer nas suas promessas, porque Ele cumpre todas. Nele, podemos confiar: ‘Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa: porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?’ (Números 23:19).

QUESTIONÁRIO

1) Porque Deus pode ser conhecido pelos seus nomes?

2) Quais são na Bíblia, os nomes mais comuns de Deus?

3) O que significa Onisciência?

4) O que significa Onipresença?

5) O que significa Onipotência?

Lição 3 - Conhecendo a Salvação

Texto Bíblico
"E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo de céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos"
(Atos dos Apóstolos 4:12)

INTRODUÇÃO

Você agora é salvo. A salvação é a maior bênção que o ser humano pode receber e, ao mesmo tempo, a principal experiência espiritual. A salvação é o tema central da Bíblia. Todo o crente deve conhecê-la bem e falar dela aos que ainda não aceitaram a Cristo, para que também sejam salvos.

I. O QUE É A SALVAÇÃO?

A princípio, pode-se afirmar que ela é o resultado da morte expiatória de Jesus Cristo, na cruz do calvário, que livra o homem da condenação eterna, causada pelo pecado. Leia Efésios 1:7; 2:1. A salvação é:

I. Um ato soberano de Deus. A salvação é um ato da soberana vontade de Deus, que em seu Filho nos reconciliou consigo mesmo. 2 Coríntios 5:18 e 19 diz: ‘E tudo isto provem de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados...’ Observe que a salvação é a demonstração do grande amor de Deus em favor da humanidade, condenada pelo pecado. Leia Romanos 3:10, 11, 23. Ela é oferecida a todos, sem exceção. Em Cristo, todos podem ser salvos, libertos do pecado, tornando-se assim, filhos de Deus. Leia João 1:12.

II. Um ato da infinita misericórdia de Deus. Você aprendeu que a salvação é um ato soberano do Senhor, porque só Ele pode salvar. È, Também, um ato da infinita misericórdia de Deus, porque é dada graciosamente, mediante a fé, e não mediante os nossos próprios méritos ou boas ações.

O próprio Criador tomou a decisão de reconciliar consigo o homem, que, pela desobediência, havia se afastado dele, tornando-se escravo do pecado e inimigo de quem o criara.

Você precisa saber, também, que a sua salvação custou um alto preço: o sangue de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus (João 1:29), imolado pelos nossos pecados, na cruz do calvário, conforme a profecia de Isaías 53:4 a 7; porém aos homens foi concedida graciosamente, segundo a misericórdia infinita de Deus. Jamais você pagaria tal resgate para a sua salvação, pois ela não depende de qualquer mérito humano, nem de boas obras. Leia Efésios 2:8 e 9.

II. A NECESSIDADE DA SALVAÇÃO

No tópico anterior, você aprendeu que ‘todos pecaram’ e o salário do pecado é a morte (leia Romanos 6:23). Deste modo, todos necessitam da salvação. Todos precisam arrepender-se dos seus pecados, confessá-los a Deus e abandoná-los definitivamente, aceitando o Dom gratuito de Deus.

I. A origem do pecado. Como o pecado entrou no mundo, como isto aconteceu? Em Gênesis 1:26 e 27 lemos que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança e o colocou no jardim do Éden, para o lavrar e o guardar. Disse-lhe que todo o fruto ele podia comer, porém, daquele da árvore do conhecimento do bem e do mal, o Senhor lhe proibiu que provasse, pois no dia em que o comesse, certamente morreria. Tratava-se de uma prova de obediência, e Adão devia ser fiel ao Criador. Feito à imagem e semelhança de Deus, o homem possuía livre arbítrio. Estava capacitado a discernir o bem e o mal, o certo e o errado; não era um robô nas mãos do Todo-Poderoso. Obediência incondicional foi a exigência única imposta à criatura humana. Enquanto obedecesse, viveria. Todavia, apesar de usufruir as delícias do Éden e conviver em perfeita harmonia com o Criador, o homem, tentado, pecou e foi destituído da glória com que fora criado, perdendo assim, a comunhão com Deus. Como representante da raça humana, ele transmitiu a toda a sua descendência o estigma do pecado e a condenação da morte. A desobediência de Adão afetou toda a criação, a qual geme e chora sob o peso da maldição (leia Gênesis 3:6, 17 a 19; e Romanos 8:22); nele todos pecaram, e por ele entrou a morte no mundo. A desobediência dele originou o pecado e condenou à morte toda a sua geração.

II. A herança do pecado. Você aprendeu que a salvação é a obra redentora de Deus, por meio de seu Filho Jesus Cristo, que livra o homem da condenação eterna. Noutras palavras: salvação é a vida eterna em Cristo Jesus, visto que só ele pode salvar o homem da condenação da morte eterna, causada pelo pecado do primeiro homem. Veja o que diz a Bíblia: ‘Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus’ (Romanos 3:23). ‘Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens; por isso, que todos pecaram” (Romanos 5:12). Esta é uma revelação terrível! ‘A morte passou a todos os homens...’ Deste modo, o pecado foi a herança maldita deixada a todos os homens.

Como escapar desta condenação? Veja a importância da salvação: você estava morto em delitos e pecados, conforme Efésios 2:1 e 5 e Colossenses 2:13; e nada podia fazer para escapar do juízo divino. Porém, Deus em seu filho o libertou da condenação da morte eterna. Leia João 5:24.

Você agora, não precisa temer o juízo final, pois Jesus mediante a sua morte na cruz do Calvário, condenou o pecado e concedeu a vida eterna a todos quantos nele crê. Leia Romanos 8:1. Cristo anulou, por sua morte e ressurreição, os efeitos do pecado, que é a morte eterna. O alvo foi atingido.

III. Os efeitos do pecado. O pecado afetou o homem nas esferas física, mental, moral e espiritual (leia Romanos 3:10 a 18). Os efeitos são todos negativos. Toda causa tem as suas conseqüências. Considere os efeitos detalhadamente:

a) a auto justificação, tipificada nas vestes de folha de figueira, ao perceber que tinha pecado;

b) o medo. Gênesis 3:8 a 10 registra pela primeira vez que a criatura, ao ouvir a voz do Criador, sentiu medo e escondeu-se;

c) a maldição sobre a terra e o trabalho, com pesados esforços físicos e dores, todos os dias de sua vida;

d) a morte. O homem retornaria ao pó da terra, do qual havia sido formado;

e) a expulsão do Éden, para que não comesse da árvore da vida e vivesse eternamente no pecado;

f) a violência e o homicídio, sendo Caim o primeiro assassino, pois matou o seu irmão Abel. Desde então, a violência tem sido constante e a criminalidade aumenta cada vez mais;

g) a corrupção geral do gênero humano. A maldade do homem se multiplicou por toda a terra. Não obstante o castigo de Deus, pelo dilúvio, o homem não deixou de praticar o mal;

h) enfermidades. Isaías 1:6 fala do estado lamentável do pecador.

III. ASPECTOS DA SALVAÇÃO

São três os aspectos da salvação:

I. Justificação. ‘Como se justificaria o homem para com Deus?’ (Jó 9:2). O homem, morto em seus delitos e pecados, não tinha como justificar-se perante o Todo-Poderoso. Porém, mediante a morte expiatória e substitutiva de Jesus, tornou possível a justificação do transgressor. Como é possível isto? Veja: justificação é um termo judicial que lembra um tribunal, onde Deus, o supremo juiz, absolve o pecador das suas transgressões e o declara justo, isto é, justificado. Desta forma, Deus, o ofendido, reconcilia consigo mesmo o homem, o ofensor.

O que o homem não pôde fazer, Deus o fez por ele. A justiça de Cristo, o justo, é concedida ao ser humano, mediante a graça divina (Romanos 5:17 a 19).

II. Regeneração. Trata-se de uma mudança de condição: antes, no pecado, o homem era inimigo de Deus e servo do diabo; agora, feito justo, pela justiça de Cristo que lhe foi concedida, ele se torna membro da família divina, adotado como filho de Deus (João 1:12).

O homem, morto em seus delitos e pecados, nasce de novo. Este novo nascimento é efetuado pelo Espírito Santo em seu interior, mediante o arrependimento e a fé na graça divina.

III. Santificação. Uma vez restaurado à comunhão com Deus, o homem abandona as práticas pecaminosas do passado e separa-se (santifica-se) para o serviço do Senhor. A santificação é um ato do Espírito Santo, no interior do crente, que se reflete nos seus atos exteriores. Portanto, justificação, regeneração e santificação são os três aspectos simultâneos da salvação plena em Cristo Jesus.

QUESTIONÁRIO

1) Conforme Romanos 3:23, porque a salvação é necessária?

2) Através de quem o pecado entrou no mundo?

3) Qual a principal conseqüência do pecado?

4) Quem pode salvar o homem da condenação eterna?

5) Conforme Efésios 2:8 e 9, como se pode obter a salvação?

Lição 4 - Conhecendo a Igreja

Texto Bíblico
"Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros,
mas concidadãos dos santos, e da família de Deus"
(Efésios 2:19)

INTRODUÇÃO

Agora, você faz parte da Igreja, pois não apenas recebeu a salvação oferecida por Cristo, mas também foi incluído em sua família. A palavra ‘Igreja’, nesta lição, não está restrita à uma denominação, nem ao local onde você freqüenta os cultos. Depois do plano idealizado por Deus, para salvar os homens, a igreja é a proposta mais inteligente da divindade. Aqueles que seriam salvos, formariam um corpo, porta-voz da salvação para outras pessoas. A igreja é um organismo que tem a própria vida em Cristo, o qual estabeleceu a missão dela e como cumpri-la.

Quem faz parte da igreja, dá continuidade ao trabalho de Cristo na terra. A verdadeira vida que está em você chegará aos outros. Isto é ser uma bênção para o mundo. Ninguém recebeu a salvação simplesmente para ser salvo, mas, sim, integrar-se à igreja. Por isso, é preciso que você compreenda bem o que ela significa, conheça quais são os seus objetivos e as suas ordenanças.

I. O QUE É A IGREJA?

A palavra ‘igreja’ quer dizer ‘uma reunião de pessoas chamadas para fora’, ou seja, um grupo de pessoas que saíram de dentro do mundo (espiritual) para seguirem a Cristo. Os que formam a igreja são chamados, pela Bíblia, de crentes, irmãos, cristãos, santos, eleitos e os do caminho.

Todos os crentes espalhados pelo mundo formam a igreja. Ela não está restrita a uma área geográfica e nem a um único povo da terra. É o seu lado invisível e universal.

Embora a palavra ‘igreja’ seja empregada, em primeiro lugar, para descrever a totalidade de crentes que vivem em todo o mundo, você pode usá-la também para se referir aos cristãos de um determinado lugar, isto é, a ‘igreja local’.

I. Símbolos da Igreja. O primeiro símbolo é o corpo. Jesus não está mais presente entre os homens, de forma física, mas em cada pessoa que o recebe, em qualquer parte do mundo, Ele introduz a sua vida, para formar um corpo. Por Ter a vida em Cristo, a igreja não é um simples ajuntamento de pessoas, uma associação ou clube. É um organismo, algo que tem existência tal como o corpo humano que é composto de muitos membros e órgãos que funcionam em prol de uma vida comum. Da mesma forma que o ser humano é um, mas tem milhões de células vivas, assim também é a igreja. Um só corpo, mas constituído por milhões de pessoas nascidas de novo, por meio do evangelho de Jesus.

Possui também uma cabeça, o próprio Cristo. Ele é o chefe, o guia, o Principal e o Príncipe da igreja.

Outro símbolo é o templo. Embora Deus habite em toda a parte, Ele se localiza em determinado lugar, para ser encontrado, adorado e louvado. Cada crente é um templo de Deus. Leia 1 Coríntios 3:16 e 17.

Por causa da união e comunhão que os crentes tem com Cristo, a igreja é simbolizada na Bíblia pela figura de uma noiva. Em 2 Coríntios 11:2, Paulo afirma que preparara os crentes de Corinto para os ‘apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo’. Em Efésios 5:25, o apóstolo declara que Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela. A noiva e o noivo viverão juntos para sempre. Leia Apocalipse 22:17.

Outro símbolo da Igreja, o qual se pode destacar na Bíblia é a família. Você, agora, é membro da família da Deus.

II. OS OBJETIVOS DA IGREJA

Através da Bíblia, você descobre que a igreja foi fundada por Cristo, para cumprir as seguintes finalidades:

a. evangelizar o mundo. A principal atividade dos crentes é levar a salvação para os não-crentes. Cristo, depois de completar a sua missão na terra, declarou: ‘é-me dado todo o poder no céu e na terra’. E, em seguida, estabeleceu uma missão aos seus seguidores. Leia Mateus 28:19 e 20.

b. lugar para o crente cultuar a Deus. Os crentes se reúnem para cultuar a Deus. O culto é o momento de oração, louvor, adoração, estudo da Bíblia e edificação dos crentes. No culto, todos os crentes podem se unir em oração, seja em petição, ação de graças e intercessão. Esta também é uma maneira de você louvar a Deus.

c. lugar para o crente praticar a mordomia cristã. Tudo o que você possui, não lhe pertence (leia Salmos 24:1). Por isso, não tem mais o direito de fazer o que quer. Deus agora está em primeiro lugar em sua existência. Isso inclui sua vida, seu tempo, seus talentos e suas finanças. Você deve aplicar, na igreja a sua vida, com o melhor de seus esforços e dedicação.

d. lugar para o ensino da disciplina e norma de conduta cristã. Ao fazer parte de uma igreja local, o novo crente disciplina-se e aprende a norma bíblica de conduta. Existe um padrão de vida exposto na Bíblia e todos os crentes devem se esforçar para vivê-lo.

Significa afastar-se da ignorância, preservar-se da corrupção e ter todas as esferas da sua vida e atividades regulamentadas, dirigidas por Deus. Leia Mateus 5:13 e 18:15 a 17.

III. AS DUAS ORDENANÇAS DA IGREJA

Há duas cerimônias ordenadas por Cristo, para que os crentes a pratiquem: o batismo nas águas, cerimônia de ingresso do novo crente na igreja que simboliza o início de sua vida espiritual; e a Ceia do Senhor significa a continuação desta vida espiritual. Por isso, o crente deve participar dela, para manter sempre a comunhão com o Senhor Jesus.

a. O batismo. Através do batismo nas águas você dá um testemunho público de sua identificação com Cristo, a nova vida iniciada a partir da conversão. É o sinal exterior, o qual mostra que você morreu para o mundo e nasceu para Deus. Cada um de nós repete, de modo espiritual, o que aconteceu com Cristo. Ele morreu e ressuscitou. Assim, pelo batismo, você prova que é vitorioso. (Os evangélicos não batizam crianças porque elas não tem do que se arrepender e não podem exercer a fé).

b. A Ceia do Senhor. Na igreja em que você freqüenta, todo mês há o culto de Ceia. Não foi idéia de um homem, mas foi instituída por Jesus, na véspera de sua crucificação, para os crentes relembrarem, a sua morte, através do pão e do vinho. O primeiro simboliza o seu corpo e o segundo, o seu sangue. Não somente para relembrar a sua morte vitoriosa, mas os crentes tomam a Ceia para anunciar a Cristo, até que Ele volte.

QUESTIONÁRIO

1) Qual o significado da palavra ‘igreja’?

2) Quais os principais símbolos da igreja mencionados nesta lição?

3) Cite os quatro objetivos da igreja destacados nesta lição.

4) Mencione as duas ordenanças bíblicas que devem ser praticadas pela igreja?

5) Cite os dois elementos utilizados na Santa Ceia como símbolos do corpo e do sangue de Jesus.

Lição 5 - Conhecendo o Valor da Oração

Texto Bíblico
"Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós, e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra.
E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto"
(Tiago 5:17 e 18)

INTRODUÇÃO

Através da oração, você alcança grandes vitórias. Todos os que oram e confiam a Deus os seus problemas, difíceis de solução, são recompensados pelo Todo-Poderoso. Nesta lição, você vai conhecer o quanto é bom orar, e aprender que tudo quanto se pede ao Senhor, com fé, mediante sua vontade, se recebe.

I. O QUE SIGNIFICA ORAR?

a. É conversar com Deus: -`É o dialogo que mantemos com o Pai celestial. Falamos-lhe quais são as nossas necessidades, enfermidades e dificuldades. Mas, antes de tudo, devemos agradecer por mais um dia de vida que Ele nos concedeu. Então, sentimos no coração a resposta, através do nosso espírito, que se comunica com o Espírito de Deus. Leia Romanos 8:16.

Daniel alcançou grandes vitórias em sua vida, porque sempre viveu em oração. Apesar de viver distante de sua pátria, orava três vezes ao dia, voltado para Jerusalém, a cidade de Deus (Daniel 6:10). Por causa disso, lançaram-no na cova dos leões, que nada lhe fizeram. Então, o rei Dario, seu grande amigo, não dormiu naquela noite, ao imaginar que Daniel havia sido devorado pelas feras. Porém ao contrário do que pensava, o jovem profeta de Israel estava bem vivo e glorificava a Deus por ter fechado a boca dos leões (leia Daniel 6:20). Vale ou não a pena conversar com Deus?

b. É ter comunhão com Deus: - A Bíblia registra, em Gênesis 5:21, que Enoque, quando estava com 65 anos, passou a ter comunhão com Deus, através da oração. A cada dia, ele se aproximava mais e mais do seu Criador, por intermédio desta sublime prática. Trezentos anos depois, não foi mais visto, pois o Senhor o tomou para si.

Você só sentirá, realmente, a presença de Deus em sua vida, se for através da oração. Ela faz com que a pessoa sinta a comunhão real com seu Criador e Pai celestial. Seria impossível para os cristãos, no decorrer da história da igreja, enfrentar os tribunais, as arenas, as fogueiras, os pelotões de fuzilamento, as prisões, a fome, a sede, a perseguição, a incompreensão, e tantos outros males, se não fosse a certeza de que não estavam sozinhos, mas sentiam uma mão que lhes segurava e uma voz suave a lhes dizer: 'Coragem, meus amigos, pois estou aqui para lhes conceder a vitória, e logo mais estareis comigo!'.

c. Não é rezar: - Como já foi dito anteriormente, orar é conversar com Deus, é dialogar com Ele. É um processo que flui normal e espontaneamente. o Espírito Santo nos inspira as palavras que são ditas em cada oração que fazemos. De acordo com as nossas necessidades, usamos termos que jamais empregamos em petições anteriores. É isto que agrada a Deus: a nossa fuga das vãs repetições.

Os discípulos pediram a Jesus que lhes ensinassem a orar. O Mestre de pronto, lhes respondeu: 'Pai nosso, que estás no céu, santificado seja o Teu nome; venha o Teu reino, seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dá hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque Teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém' (Mateus 6:9 a 13).

Esta é a única oração ensinada por Jesus e utilizada pela igreja nos dias atuais. As demais, empregadas pela Igreja Católica Romana em seus cultos, são consideradas rezas, citações elaboradas por alguém, repetidas milhões de vezes por seus devotos.

II. COMO ORAR?

a. De joelhos (Efésios 3:14): - Certo pastor enfrentava grandes lutas em sua igreja, e não sabia como vencê-las. Encontrava-se em certa ocasião, numa praça, e pediu a um engraxate que lhe limpasse os sapatos. O jovem de imediato, ajoelhou-se e iniciou o seu ofício. O pastor com pena dele, perguntou porque ele não se assentava no caixote. Ao que o rapaz respondeu: 'De joelhos é melhor!'. O pastor, intimamente, começou a chorar, e agradeceu a Deus pela mensagem recebida, através do jovem engraxate. Colocou a igreja em oração, de joelhos, e logo alcançou a vitória que tanto almejava. Compôs inclusive o hino 'De joelhos é melhor', cantado em diversas denominações evangélicas.

Muitos consideram esta a melhor maneira de se conversar com Deus, pois é uma demonstração de submissão, reverência e humildade.

b. De pé (2 Crônicas 20:5 e 6): - Este texto refere-se a Josafá, rei de Judá, que, em pé, diante do povo, orou a Deus, e recebeu a resposta imediatamente. Os crentes costumam orar em pé, no início, durante e no fim dos cultos, e têm recebido grandes vitórias.

O importante é a sua possibilidade! Se o templo está lotado, e não há mais espaço para o povo se ajoelhar, além dos visitantes não-evangélicos, que se inibem facilmente, o orar em pé, ou sentado (os velhos e os enfermos), é aceito de bom grado por Deus, pois o que vale é a sua intenção.

c. Deitado (2 Reis 20:2 e 3): - Esta passagem registra a enfermidade de Ezequias, rei de Judá. Acamado, recebeu a visita do profeta Isaías que lhe transmitiu o recado de Deus a respeito de sua morte iminente: 'morrerás, e não viverás'. deitado, Ezequias virou o rosto para a parede e orou. O Senhor o ouviu e concedeu-lhe mais 15 anos de vida.

III. ONDE ORAR?

a. No templo (Mateus 21:13): - Biblicamente, todo o templo evangélico, dedicado a Deus, torna-se uma casa de oração. Nela, os cristãos se reúnem para buscar a presença de Deus e receber as suas bênçãos. Consagrações, círculos de oração e vigílias são reuniões já tradicionais em nossas igrejas, ocasiões em que Jesus nos batiza com o Espírito Santo, cura nossas enfermidades e resolve os nossos problemas.

b. Em particular (Mateus 6:6): - Jesus, em seu sermão do Monte, enfatizou que a oração feita em particular é ouvida pelo Senhor, que vê secretamente. É a melhor maneira do crente estar a sós com Deus e contar para Ele as suas angústias e vicissitudes da vida, sem que ninguém saiba pelo que passa. É a oportunidade que você tem de confiar somente ao Senhor um problema de difícil solução.

c. Em família (Atos 12:12): - A Igreja em Jerusalém enfrentava uma das maiores lutas de sua história. Herodes, rei dos judeus, prendeu dois de sus principais líderes: Tiago e Pedro. A popularidade deste monarca estava baixa. Ele julgou que a perseguição aos cristãos iria ajudá-lo a recobrar seu prestígio. Mandou matar, primeiramente, a Tiago, para sentir a reação do povo. 'Foi um sucesso!' Todo mundo o parabenizou. Então, ele marcou a data da morte de Pedro: um dia após o encerramento da Páscoa, quando todos os judeus se preparavam para retornar aos seus países de origem. Com este acontecimento, Herodes conseguiria o ápice de sua popularidade. Atos 12:5 registra: 'Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus'. Aqueles primeiros cristãos ainda não tinham um templo-sede para se reunirem. Utilizavam as casas dos irmãos em Cristo, para cultuarem ao Senhor. Oravam exatamente na residência de Maria, mãe do evangelista Marcos (escritor do segundo evangelho), quando um anjo de Deus, em resposta às suas orações, visitou o cárcere, onde estava preso o apóstolo Pedro, e o libertou. Leia Atos 12:12.

Hoje, nós chamamos esta reunião de oração em família, ou seja, entre pais e filhos, de culto doméstico. Os lares evangélicos que se reúnem diariamente, para orar, são felizes e harmoniosos. Os cônjuges são unidos, os filhos obedientes, além da saúde e prosperidade que desfrutam.

Você já realiza o seu culto doméstico? Se ainda não, comece hoje, e desfrute as bênçãos que Deus quer lhe conceder!

IV. QUANDO ORAR?

a. Ao deitar-se: - Depois de um dia estafante, principalmente em uma cidade grande, onde se enfrenta perigos mil, é dever do crente orar ao deitar, à noite, e agradecer a Deus os grandes livramentos, ou seja, a proteção contra os assaltos, as batidas de carro no trânsito, os atropelamentos; pela saúde e por tudo que lhe aconteceu, pois a Bíblia recomenda: 'Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, nome de nosso Senhor Jesus Cristo' (Efésios 5:20).

b. Ao levantar-se: - As nossas vidas estão entregues nas mãos de Deus. Por isso é nosso dever, ao iniciarmos o novo dia, orar, para que o Senhor mande os seus anjos, a fim de nos livrar de todos os perigos, conforme lemos no Salmo 91:11: 'Porque aos Seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos'.

c. Sempre: - Quem vive em total dependência de Deus, através da oração, é sempre vitorioso. Orar sempre significa viver as 24 horas do dia em constante comunhão com Deus. É deitar-se, levantar-se, trabalhar, viajar, etc., com o pensamento voltado para as coisas espirituais.

V. VITÓRIAS ATRAVÉS DA ORAÇÃO

a. Nas tentações: - Jesus só venceu as muitas tentações que enfrentou, porque sempre viveu em oração. O Diabo não lhe dava trégua: tentava o Filho de Deus noite e dia, mas foi derrotado pela comunhão de Cristo com o Pai celestial. Até no Calvário, Satanás tentou convencer Jesus a descer da cruz, mas não conseguiu, por causa do efeito da oração.

b. Nas enfermidades: - Doenças incuráveis foram repreendidas pelo poder da oração. Até mortos ressuscitam, quando a igreja ora, pois nada é impossível para Deus. Os apóstolos Pedro e João foram ao templo, em Jerusalém, para orar. Na passagem pela porta chamada formosa, depararam-se com um coxo de nascença. Este estendeu a mão e pediu-lhes uma esmola. Pedro, então respondeu: 'Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda'. Isto só foi possível, porque os apóstolos viviam em constante oração.

c. Nas dificuldades: - Paulo e 275 companheiros de viagem para Roma permaneceram 14 dias perdidos no mar Adriático, fustigados por uma tempestade interminável.

O navio, açoitado pelas fortes ondas, não naufragou, de imediato, porque o apóstolo estava entre os passageiros. Ele rogou a Deus, em oração, pelas vidas de seus companheiros. Em resposta, um anjo trouxe-lhe a seguinte mensagem: 'Paulo, não temas: importa que sejas apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam contigo'. Ele, então, reuniu todos os passageiros e tripulantes e declarou-lhes: 'Portanto, exorto-vos a que comais alguma coisa, pois é para a vossa saúde; porque nem um cabelo cairá da cabeça de qualquer de vós'. Na verdade, a embarcação foi destruída, mas todos os seus ocupantes se salvaram (Atos 27:34).

A oração, portanto, é a chave da vitória. Todos os que enfrentaram grandes lutas, mas confiaram no poder de Deus, foram vitoriosos. Orar é um hábito que se adquire gradativamente. Todos os que se prontificam a orar ao Senhor, tiveram, no início, a contrariedade da carne. Mas a mortificaram e disciplinaram-na a tal ponto, que ficavam horas e horas de joelhos, sem perceberem o tempo passar. Tornaram-se grandes pregadores e ganharam milhares de almas para Cristo. Venceram as tentações e provações e, agora, aguardam, no Paraíso, o momento de receberem o novo corpo, para viverem eternamente com Jesus.

QUESTIONÁRIO

1) O que significa orar?

2) Por que a oração de joelhos é preferida pela maioria dos crentes?

3) O que significa orar sempre?

4) Em que texto bíblico está registrado a única oração ensinada por Jesus?

5) Qual a diferença entre orar e rezar?

Lição 6 - O discípulo e a Fé

Texto Bíblico
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,
e a prova das coisas que se não vêem"
(Hebreus 11:1)

INTRODUÇÃO

A melhor definição para fé é a do texto bíblico que introduz este comentário. Nesta acepção, ela é a base da esperança que faz o crente seguir adiante, firmado nas promessas de Deus e deixando para trás as dúvidas, incertezas e incredulidade. Ela é o ponto de partida para o pecador conhecer ao Senhor e receber a salvação. Segundo o apóstolo Paulo, a fé nasce na vida de cada um quando se ouve a Palavra de Deus, que é também o alimento para que ela, a fé, se torne vez mais consolidada e robustecida. Ter fé é vital para as relações do crente com Deus. É impossível esta comunhão sem ela, 'porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que o buscam' (Hebreus 11:6).

I. A IMPORTÂNCIA DA FÉ

a. A fé no Antigo Testamento: - Se você percorrer a Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, vai descobrir que ela é o livro que trata das relações do homem com Deus mediante a fé. A fé é de tal importância que o capítulo 11 de Hebreus é considerado como a galeria dos heróis da fé. Eles viveram nos tempos do Antigo Testamento e estavam firmados nas promessas de Deus para o futuro. Leia Hebreus 11.

Eles olhavam para a cruz, o divisor entre a velha e a nova aliança. Por causa de sua fé foram massacrados, vituperados, perseguidos, mas em momento algum fraquejaram, pois estavam certos da promessa do nascimento de Jesus Cristo, não obstante a verem de longe.

b. A fé no Novo Testamento: - Os crentes da atualidade, segundo o escritor do mesmo livro bíblico citado acima, são mais bem-aventurados dos que os do Antigo Testamento. No caso dos crentes de hoje, a cruz já está no passado, mas projeta com segurança o fato de que se Deus cumpriu a promessa que tanto os heróis da fé almejavam, mesmo que eles não tenham fisicamente alcançado, Deus dará continuidade ao seu plano até que se consumem todas as coisas. Leia Hebreus 11:40.

c. A fé na vida cristã: - Tudo quanto fizermos, se não tiver a fé como base, não terá nenhum sentido. A Bíblia diz que aquilo que não se faz por fé constitui-se pecado (Romanos 14:23). 'Sem fé é impossível agradar a Deus' (Hebreus 11:6).

Por que a fé é tão importante na vida cristã? Porque se ela não estiver operando, a incredulidade predomina, gerando incertezas e fracassos. Quem duvida jamais realiza qualquer coisa para Deus. Este sentimento deixa o crente indeciso, o que compromete o seu caminhar vitorioso, pois poderá agir como Pedro que, ao primeiro momento, deu passadas firmes sobre as águas do mar, mas logo começou a afundar. A dúvida deixou-o sem saber se olhava somente para Jesus ou para as circunstâncias adversas à sua volta.

d. O objeto da fé: - Você vai aprender agora, que a sua fé deve gravitar em torno da pessoa de Jesus. O autor dos Hebreus, ao concluir sua profunda reflexão sobre a fé, finaliza: 'Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e assentou-se à destra do trono de Deus' (Hebreus 12:2).

A fé pode estar direcionada para outro foco. Se for o caso, não é a fé legítima que se sustenta só no Filho de Deus. Por outro lado, não se trata da fé apenas por causa das obras que ele realizou ou que pode realizar, mas daquela que se traduz na certeza pessoal dada a cada crente não só para vencer circunstancias adversas, se for a sua vontade, mas também para continuar a servi-lo, ainda que seja do agrado de Cristo que você passe pelo vale da sombra e da morte. Neste caso, como disse Paulo, o morrer é ganho e significa o triunfo definitivo da fé.

Foi a fé centrada na pessoa de Cristo que levou os amigos de Daniel a enfrentarem a fornalha de fogo ardente. eles criam no livramento, mas também criam que aquela circunstancia poderia levá-los à presença de Deus. É tanto que disseram ao rei: 'Não necessitamos de te responder sobre este negócio. Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que pode nos livrar do forno de fogo ardente, e da tua mão, ó rei. E se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantas-te' (Daniel 3:17 e 18).

A visão de Nabucodonosor veio confirmar esta verdade. Ele viu o quarto homem na fornalha, que não era outro senão o Filho de Deus. Para os amigos de Daniel, então, não fazia diferença. Fora da fornalha tinham a proteção do Senhor, na fornalha, ele os acompanhava e se fossem levados para o céu, ficariam para sempre na sua gloriosa e majestosa presença. Este é, portanto, o cerne da verdadeira fé: Cristo.

II. AS QUALIDADES DA FÉ

a. Fé para a salvação: - Esta fé é aquela que leva o crente a reconhecer os seus pecados e a aceitar o sacrifício de Cristo em seu lugar. Ela é o ponto de partida que introduz o crente à vida cristã mediante o novo nascimento. É como a centelha que dá a partida para fazer funcionar o motor de qualquer veículo.

b. Fé vitoriosa: - Você vai descobrir que, no exercício da vida cristã, a fé varia de intensidade. A Bíblia fala de 'pouca fé' (Mateus 6:30), 'tanta fé' (Mateus 8:10), 'fé como um grão de mostarda' (Mateus 17:20), 'homem cheio de fé' (Atos 6:5) e sobre 'a medida da fé' (Romanos 12:6). Isto explica porque uns fazem coisas grandes para Deus, enquanto outros vivem uma vida cristã de menor intensidade. Significa que o trabalho de cada um será, também, proporcional ao tamanho de sua fé. Só fará grandes coisas para Deus quem tiver fé abundante e fundamentada nas promessas do Altíssimo.

c. Dom da fé: - O dom da fé situa-se numa dimensão mais profunda. Trata-se de manifestação sobrenatural para a realização de maravilhas, sendo uma particularidade que o Espírito concede ao crente para aquilo que for útil. Está entre os dons espirituais (1 Coríntios 12:11), assunto que vamos abordar mais detalhadamente na Lição 11.

III. OS EFEITOS DA FÉ

a. A fé produz salvação: - já foi dito anteriormente que a fé é a base para a salvação. Portanto, o ponto focal da nossa responsabilidade, como crentes, é pregar o evangelho para que os pecadores sejam tomados pela fé, reconheçam os seus pecados, confessem que Jesus é o Filho de Deus e o aceitem como único e suficiente salvador. Esta é a mensagem que você, como novo crente, deve levar aos seus amigos. Você precisa sentir a mesma ansiedade do apóstolo Paulo, que afirmou: 'Ai de mim se não pregar o evangelho'. Ou seja, o amor de Cristo deve constrangê-lo a proclamar a palavra para produzir fé nos ouvintes para a salvação.

b. A fé produz segurança: - Quem está em Cristo passa a viver em segurança, mesmo que as circunstancias à sua volta sejam adversas. Cabem, neste caso, as palavras do salmista: 'Pelo que não teremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares; ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem por sua braveza. Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; não será abalada; Deus a ajudará ao romper da manhã' (Salmo 46:2 a 5). Isto significa que, pela fé, sempre seremos vitoriosos sobre Satanás. Se alguma circunstancia levar você ao encontro do Pai, o inimigo estará vencido para sempre, pois já não poderá intentar nenhum mal contra os salvos.

Portanto, isto quer dizer: se você estiver com Cristo na terra ou no céu, Satanás será sempre perdedor.

c. A fé não vê fracasso: - Aquilo que, na visão de muitos, aparenta fracasso, para o verdadeiro crente é um meio de fortalecer a sua fé e passar a depender mais de Jesus. Quando o apóstolo Paulo afirma que se considerava fraco, isto servia para ele entender que sem Cristo, nada podia fazer. Isto o levou, inclusive, a receber do Senhor o consolo: 'A minha graça te basta'. O fracasso eventual, quando olhado por este prisma, é fator de fortalecimento da fé para aprofundar a sua comunhão com Deus.

d. A fé conduz à vitória: - Para concluir, vale adaptar o texto de um autor desconhecido: 'Enquanto a dúvida olha para baixo, a fé olha para o alto; enquanto a dúvida vê o perigo, a fé enxerga a segurança; enquanto a dúvida resvala na incredulidade, a fé se abriga no esconderijo do Altíssimo; enquanto a dúvida afunda no desespero, a fé se agiganta na esperança; enquanto a dúvida pergunta quem crê, a fé responde: eu creio'!

QUESTIONÁRIO

1) Qual a melhor definição para a fé?

2) Por que Hebreus 11 é considerado como a galeria dos heróis da fé?

3) O que levou os heróis do Antigo Testamento a serem vitoriosos?

4) Por que a fé é tão importante para a vida cristã?

5) O que é dom da fé?

Lição 7 - O discípulo e a Obediência

Texto Bíblico
"Porém Samuel disse:
Tem porventura o Senhor, tanto prazer em sacrifícios, como em que se obedeça à Palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar,
e o atender melhor é do que a gordura dos carneiros"
(1 Samuel 15:22)

INTRODUÇÃO

A obediência, segundo definem os dicionaristas, é o ato de submeter-se à vontade de alguém. Nesta lição, porém, você vai aprender que, em se tratando do crente, a obediência não é tão restrita, como querem os filólogos. Ela está profundamente ligada a fé, através da qual somos introduzidos à presença do Deus invisível, a quem voluntária e conscientemente nos submetemos. Por crermos na sua soberania sobre todas as coisas, nos dispomos a viver em obediência à sua Palavra, à Igreja e àqueles que Ele estabeleceu para ministrar sobre o seu povo.

I. EXEMPLOS DE OBEDIÊNCIA

A obediência é uma virtude exemplificada em todos os livros da Bíblia. Nela, você também encontra registros sobre a desobediência e suas funestas conseqüências. Cabe-nos olhar para estes exemplos e tirarmos lições que nos ajudem a por em prática a obediência e a não repetir os erros dos que não souberam honrar a confiança de Deus.

a. A obediência de Abraão: - Deus fez uma determinação ao patriarca, baseada em algumas condições: quais foram? Leia Gênesis 12:1.

Você descobriu que Abraão devia deixar a sua terra, a sua parentela, a casa de seus pais e seguir para uma terra distante, a qual não conhecia. Estas condições implicavam basicamente numa coisa: obediência. Fica claro, no texto, que ele dependeria exclusivamente da direção de Deus.

Você descobriu, ainda, que a obediência não impõe só condições, mas traz também privilégios.

Abraão seria pai de uma grande nação, abençoado, engrandecido e uma bênção para todas as famílias da terra. E mais: aqueles que o abençoassem seriam abençoados; os que o amaldiçoassem, seriam amaldiçoados.

Vale lembrar, por conseguinte, que todas as vezes que Deus determinou alguma coisa a alguém, o intuito não era o obedecer por obedecer, ou simplesmente para fazer valer a sua soberania. Havia um propósito pré-estabelecido. Neste caso, o propósito maior era formar uma nação pela qual o redentor, Jesus Cristo, viesse ao mundo. Se Abraão não obedecesse, ficaria privado de ter o privilégio de constar em sua biografia o registro de progenitor da raça judaica que trouxe o salvador da humanidade.

Outro fato a destacar é que a obediência do Patriarca não foi um ato robótico, como se não tivesse personalidade. Ele o fez por saber a quem estava obedecendo e movido pela fé. Por isso, seu nome consta da galeria dos heróis da fé, em Hebreus 11.

Não obstante Abraão ser um exemplo de obediência, houve um momento em sua vida cuja precipitação trouxe conseqüências drásticas que repercutem até os dias de hoje. Foi quando Deus prometeu um filho em sua velhice. Leia Gênesis 15:1 a 16, 16:1 a 16.

Induzido por Sara, sua mulher, que já não acreditava mais em sua capacidade de gerar, nem mesmo por intervenção divina, Abraão acabou tendo um filho com sua escrava Agar, fora do plano de Deus. O resultado é que logo surgiram os conflitos, principalmente depois que nasceu Isaque, o filho da promessa. Para resumir, ainda hoje as conseqüências aí estão, com as hostilidades entre árabes, descendentes de Ismael, e israelenses, de Isaque.

b. A obediência de Paulo: - O apóstolo certa vez declarou: 'não fui desobediente à visão celestial' (Atos 26:19). A frase, isolada, pode parecer simplista. Mas olhando-a sob a perspectiva da vida do apóstolo, desde a sua conversão, verifica-se que ela reflete a realidade. Leia Atos 9:15.

Quando Deus ordenou a Ananias que visitasse o apóstolo, após o encontro deste com Cristo, na estrada de Damasco, ficou claro, desde o início, o seu propósito para com o até então perseguidor do evangelho. Ele era um vaso escolhido para proclamar a salvação aos gentios. O mundo todo foi beneficiado pela obediência de Paulo, que, ao fim da vida, pôde dizer: 'Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé' (2 Timóteo 4:7).

II. A QUEM DEVEMOS OBEDECER?

A partir dos exemplos acima, surge então a pergunta: a quem devemos obedecer? Nossa obediência é devida a Deus, em primeiro lugar. Mas como obedecer-lhe, sendo Ele Deus invisível e transcendente?

a. Devemos obedecer a Deus através de sua Palavra: - Não obstante a sua transcendência, ou seja, a sua elevada posição como Criador de todas as coisas, que habita num alto e sublime trono, Deus se revelou a nós através de sua Palavra e de Jesus Cristo, seu Filho. Portanto, ao estudarmos a Bíblia, descobrimos os princípios que Ele estabeleceu para reger a nossa vida, como cristãos, nesse mundo. A Palavra de Deus é a nossa regra áurea de fé, o padrão de obediência para com Deus. O Espírito Santo, por sua vez, ilumina a nossa mente e nos ajuda a descobrir como pôr em prática em nosso cotidiano os mandamentos bíblicos. Ele é o melhor interprete das Escrituras.

b. Devemos obedecer à Igreja: - A Igreja é a fiel depositária do plano de salvação, na pessoa de Jesus Cristo. A ela estamos ligados mediante o novo nascimento. Assim sendo, devemos obediência à Igreja. No primeiro concílio da Igreja, em Jerusalém, para discutir a questão do legalismo, relatado em Atos 15, está claro que ela teve participação nas decisões sobre o que os gentios deviam ou não acatar.

É sempre bom lembra que esta obediência é à luz da Palavra, e não ao contrário. Não é a Igreja que estabelece o que a Bíblia ensina, mas a Bíblia que estabelece o que a Igreja deve fazer. Tudo quanto ela faz ou ensina não pode basear-se em textos isolados, mas nos princípios gerais da Bíblia. Um princípio só pode ser assim considerado se tiver apoio em toda a Palavra de Deus. Se não, pode ser uma boa opinião, mas não um princípio bíblico. O grande erro da Igreja Romana, entre outros ao longo da História, foi que, para justificar suas heresias, inverteu o papel: ela passou a ser mais importante do que a Bíblia e a arbitrar o que ela ensina. Devemos, portanto, ter em mente: a Palavra de Deus é sempre a base de nossa obediência.

c. Devemos obedecer aos nossos pastores: - Se a Bíblia é o nosso arbítrio, ela determina que devemos também obedecer aos nossos pastores. Leia o que está escrito em Hebreus 13:17.

Não obstante ser a salvação individual, você descobriu que a responsabilidade de ministrar às nossas vidas é do pastor, de quem Deus vai cobrar a prestação de contas um dia. Cabe-lhe, portanto, expor a Palavra para o nosso ensino e crescimento espiritual.

De nossa parte, como determina a Bíblia, cabe-nos atentar para os seus conselhos, ouvir-lhes as recomendações e obedecer-lhe, sempre compulsando a Bíblia, pois este é um direito de todos os crentes: ter acesso direto à Bíblia Sagrada para comparar o ensino que está recebendo com a Palavra de Deus.

III. EFEITOS DA OBEDIÊNCIA

Para finalizar, veja, na Bíblia, os efeitos da obediência na vida dos que a praticam:

a. Os que obedecem à Deus têm o Espírito Santo: - 'E nós somos testemunhas acerca destas palavras. Nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem' (Atos 5:32).

b. Os que obedecem à Deus são inabaláveis: - 'Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha' (Mateus 7:24).

c. Os que obedecem à Deus são conhecidos: - 'Quanto à vossa obediência é ela conhecida de todos. Comprazo-me pois em vós, e quero que sejais sábios no bem, mas símplices no mal' (Romanos 16:19).

d. Os que obedecem à Deus glorificam: - 'Visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles, e para com todos' (2 Coríntios 9:13).

e. Quem obedece à Deus é irrepreensível: - ''De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor... para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo' (Filipenses 2:12 a 15).

QUESTIONÁRIO

1) Quais privilégios Deus prometera a Abraão pela sua obediência?

2) Quais foram as conseqüências da precipitação de Abraão, em não esperar o filho da promessa?

3) Cite dois efeitos da obediência.

4) A quem devemos obedecer segundo o estudo desta lição?

5) Por que devemos obedecer a nossos pastores?

Lição 8 - O discípulo e o Dízimo

Texto Bíblico
"Trazei todos os dízimos à Casa do Tesouro, para que haja mantimento
na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos,
se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós
uma bênção tal, que dela vos advenha maior abastança"
(Malaquias 3:10)

INTRODUÇÃO

Dizimar não é mera obrigação, mas um ato oriundo da fé nas promessas de Deus. O Dízimo é uma forma de você mostrar sua gratidão pelas bênçãos decorrentes da salvação. É tornar-se participante com Deus na obra de evangelização do mundo. É o privilégio de tirar 10% de toda a renda pessoal e investir nos negócios de Deus aqui na terra.

I. O DÍZIMO NO ANTIGO TESTAMENTO

Dar ou pagar o dízimo, no Antigo Testamento, constituia-se em separar a décima parte do produto da terra e dos rebanhos para o sustento do santuário de Deus e dos sacerdotes.

a. O dízimo nos dias de Abraão: - A origem do ato de dizimar perde-se no tempo, sendo anterior a Moisés e Abraão. No entanto, a primeira referência bíblica ao fato relaciona-se aos dias deste patriarca. Em Gênesis 14:20 está escrito que Abraão pagou a Melquisedeque o dízimo de tudo, sendo que, neste caso, não foi do produto da terra nem dos rebanhos, e sim do despojo da guerra, costume também observado nos tempos antigos (leia Hebreus 7:2). Ora, quando o Novo Testamento reporta-se ao assunto, é porque algum ensino existe para os dias de hoje, como você terá a oportunidade de verificar mais adiante. Leia Levítico 27:30 e 32 a 34 e Deuteronômio 12:5 e 6.

b. O dízimo nos dias de Jacó: - Posteriormente, na progressão da história bíblica, você encontrará o patriarca Jacó seguindo o exemplo de seu avô Abraão, só que em outra circunstância; a de ser grato a Deus, se este lhe guardasse durante a sua jornada (leia Gênesis 28:18 a 22). É certo que a gratidão pelas bênçãos a serem alcançadas moveu o coração de Jacó, que, de forma espontânea reconheceu a soberania de Deus após a experiência em Betel.

c. O dízimo nos dias de Moisés: - Nos dias de Moisés, o dízimo passou a exercer importante papel na vida religiosa do povo israelita (leia Deuteronômio 26:1 a 15). Desta forma, não só a casa de Deus era suprida, como também mantida a tribo de Levi, responsável pelo sacerdócio. Quando o povo se encontrava fraco e afastado de Deus, o Dízimo era negligenciado. Pagar o Dízimo é portanto, um sinal de avivamento, entre outros, quando provém da fé e de um coração que reconhece o senhorio de Deus sobre todas as coisas. Por isso, Malaquias chegou a chamar de roubadores de Deus àqueles que não pagavam os seus dízimos (Malaquias 3:8 a 10), concitando-os a fazer prova do Todo-Poderoso, que jamais deixará de cumprir suas promessas àqueles que lhe são fiéis.

II. O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO

O Dízimo não ficou restrito aos tempos do Antigo Testamento. O escritor da Epístola aos Hebreus estabelece uma vinculação direta entre esta prática e o Novo Testamento, quando menciona o fato de Abraão ter pago o dízimo de tudo a Melquisedeque. Vale lembrar, inclusive, que o mesmo autor afirma ser Cristo sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (Hebreus 5:10). Ora, isto quer dizer que, se a ordem é a mesma, os deveres e privilégios continuam também os mesmos, sem alteração, e isto inclui o dízimo. Pagar o dízimo, portanto, é dar seqüência, em Cristo, ao sacerdócio de Melquisedeque, que é 'sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre' (Hebreus 7:3).

a. Jesus e o Dízimo: - O próprio Cristo não passou ao largo do dízimo. Leia Mateus 23:23 e 24.

Você descobriu, entre outras coisas, que a pratica do dízimo entre os contemporâneos de Jesus tornou-se legalista e ostentatória de falsa espiritualidade. Os escribas e fariseus cumpriam esta determinação para serem vistos e honrados pelos homens, e não como fruto sincero de corações agradecidos. Era apenas aparência, nada mais. Todo o texto de Mateus 23 enfatiza este lado da arrogância, da falsa religiosidade, onde a hipocrisia se reveste de justiça para tornar-se a glória de corações iníquos e apodrecidos.

Alguns podem pensar, à primeira vista, que Jesus estivesse condenando o dízimo. Porém, uma leitura mais acurada do texto (versículo 23) revela que Ele estava reprovando a motivação errada. Foi isto que deixou claro ao afirmar: ‘...pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé’. Ou seja, uma coisa não pode existir sem a outra. É tanto que acrescentou: ‘Deveis, porém, fazer estas coisas (viver o juízo, a misericórdia e a fé), e não omitir aquelas’ (dizimar a hortelã, o endro e o cominho). O que Jesus fez foi reforçar o conceito de que o dízimo, antes de ser mera obrigatoriedade, para aparentar justiça, é um ato de fé que produz obediência voluntária aos mandamentos da Palavra de Deus.

b. O Dízimo nas Epístolas: - Ainda que a Palavra dízimo não apareça nos ensinos do apóstolo Paulo, está implícita todas as vezes em que ele admoesta sobre a contribuição. Leia 1 Coríntios 16:2.

Duas coisas aparecem no texto: as contribuições eram feitas no primeiro dia da semana (domingo), proporcionalmente à prosperidade de cada um. O dízimo é exatamente isto. Quando se paga 10%, ele sempre será proporcional. Em outras palavras, quanto mais o crente prospera, mais contribui. O apóstolo também reitera o conceito de que a contribuição sistemática, além de proporcional, deve ser oriunda da motivação correta. Ele afirma: ‘Não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria’ (2 Coríntios 9:7).

III. AS BÊNÇÃOS QUE ACOMPANHAM OS DÍZIMOS

a. Bênçãos para a Igreja: - Se todos os crentes pagassem o dízimo, não haveria necessidade de a Igreja local lançar mão de campanhas financeiras para a execução de sua tarefa. O que ocorre é exatamente o oposto. É pequeno o percentual dos que se dispõem a cumprir este mandamento, talvez por falta de ensino e de ter a visão correta do que significa dízimo.

Malaquias afirmou que o dízimo é para que haja ‘mantimento na casa do Senhor’. Aplicando-se ao contexto de hoje, é o meio que a Igreja tem aqui na terra para realizar a evangelização, enviar missionários, manter os seus obreiros, cuidar da assistência social, construir templos para abrigar o povo e suprir o dia-a-dia da administração. Poe exemplo: como a igreja poderá ser abençoada com o crescimento, se lhe faltam os recursos para adquirir folhetos, enviar obreiros, dar suporte aos programas de evangelismo e ajudar no cuidado aos carentes da igreja e da comunidade? O dízimo é para isto. Não tem outra finalidade.

b. Bênção para quem paga o Dízimo: - A promessa dada por Deus através de Malaquias impõe uma condição: primeiro trazer os dízimos, depois fazer prova do Senhor, que garante derramar bênção tal, trazendo maior abastança. Porém, é preciso que fique claro: isto não anula as aflições da vida, onde podem aparecer os momentos de sequidão. Agora, com certeza garante vitória aos que, com fidelidade em tudo, atravessam estas horas mais difíceis, pois a palavra de Deus jamais cai por terra. Fazer prova aqui não é chantagear o Senhor, mas saber que Ele é recíproco para conosco, se cumprirmos a nossa parte. ‘Se vós estiverdes em mim’, disse Ele, ‘e as minhas palavras estiverem em vós’.

Veja algumas coisas que acontecem quando, motivado pela visão correta, o crente dizima:

a) sente-se recompensado por ser parte ativa na obra de Deus;

b) Deus o socorre em tempos trabalhosos;

c) Torna-se exemplo para os demais crentes;

d) Deus lhe é recíproco em proporções bem maiores;

e) Os recursos são mais abundantes para os projetos da igreja;

f) A obra de Deus é realizada com maior rapidez.

CONCLUSÃO

Você aprendeu que o ato de dizimar é uma doutrina fundamentada em toda a Bíblia, não sendo portanto, uma imposição humana. Viu também que é um ato de fé e de gratidão a Deus por todas a s bênçãos recebidas. A obra de Deus na terra depende de crentes fiéis que, como mordomos, não roubam ao Senhor mas, devolvem-lhe o que lhe é devido. Faça sua parte.

QUESTIONÁRIO

1) O que significa pagar o Dízimo?

2) O Dízimo deve ser pago por mera obrigatoriedade ou como um ato de fé nas promessas de Deus?

3) Em que circunstancia o Dízimo aparece pela primeira vez na Bíblia?.

4) Qual o profeta que chamou de roubadores de Deus aqueles que não pagavam os seus dízimos?

5) Qual a utilidade do Dízimo para a igreja local?

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