O Tetragrama Sagrado YHVH ou YHWH (mais usado), (יה-וה, na grafia original, o hebraico), refere-se ao nome do Deus de Israel em forma escrita já transliterada e, pois, latinizada, como de uso corrente na maioria das culturas atuais. A forma da expressão ao declarar o nome de Deus YHVH (ou JHVH na forma latinizada) deixou de ser utilizada há milhares de anos na pronúncia correta do hebraico original (que é declarada como uma língua quase que completamente extinta). As pessoas perderam ao longo das décadas a capacidade de pronunciar de forma satisfatória e correta, pois a língua precisaria se curvar (dobrar) de uma forma em que especialistas no assunto descreveriam hoje em dia como impossível.
Originariamente,
em aramaico e hebraico, era
escrito e lido horizontalmente, da direita para esquerda יה-וה;
ou seja, HVHY.
Formado por quatro consoantes hebraicas — Yud י Hêi ה Vav ו Hêi ה
ou יה-וה,
o Tetragrama YHVH tem sido latinizado para JHVH já
por muitos séculos.
As letras da direita para
esquerda segundo o alfabeto hebraico são:
- HebraicoPronúnciaLetra
י Yodh ou Yud “Y” ה He ou Hêi “H” ו Waw ou Vav “V” ה He ou Hêi “H”
O tetragrama aparece
6.828 vezes — sozinho ou em conjunção com outro “nome” —
no texto hebraico do Antigo Testamento, a indicar,
pois, tratar-se de nome muito conhecido e que dispensava a presença
de sinais vocálicos auxiliares (as vogais intercalares).
Os nomes YaHVeH (vertido
em português para Javé),
ou YeHoVaH (vertido
em português para Jeová),
são transliterações possíveis nas línguas portuguesas
e espanholas, mas alguns eruditos preferem o uso mais
primitivo do nome das quatro consoantes YHVH;
já outros eruditos favorecem o nome Javé (Yahvéh
ou JaHWeH).
Ainda alguns destes estudiosos concordam que a pronúncia Jeová
(YeHoVaH
ou JeHoVáH),
seja correta, sendo esta última a pronúncia mais popular
do Nome de Deus em vários idiomas.
(Letras Hebraicas י
(yod) ה
(heh) ו
(vav) ה
(heh), ou
Tetragrama YHVH
na Bíblia Hebraica e Septuaginta Grega
YHWH grafado
em páleo-hebraico, em fragmento da Septuaginta Grega ainda
usada no Século I
A antiguidade e legitimidade
do Tetragrama como O
Nome de Deus para
os judeus pode ser comprovada na conceituada tradução
para o grego da Bíblia Hebraica,
chamada Septuaginta Grega, onde o Tetragrama aparece
escrito em hebraico arcaico ou páleo-hebraico. Foram
encontrados fragmentos de cópias primitivas da LXX (Papiro
LXX Lev. b, Caverna n.º 4 de Qumran, datado como sendo
do Século I a.C.) onde o Tetragrama YHWH’ é representado em
letras gregas (Levítico 3:12; 4:27).
Estudos revelam que apenas
em cópias posteriores da Septuaginta Grega,
datadas do final do Século I d.C. em diante, os
copistas começaram a substituir o Tetragrama
YHWH por Kýrios,
que significa SENHOR (em letras maiúsculas) e por Theós, que
significa Deus. Essa foi a razão de YHWH ter desaparecido
graficamente do texto do Novo Testamento em
algumas traduções bíblicas.
Outros conceitos sobre o Deus YHWH
Outros estudiosos encaram
YHWH como um Deus da natureza adorado no Sul de Canaã e
pelos nômades dos desertos circundantes, intimamente ligado ao Monte
Horebe, na Península do Sinai. Segundo o livro bíblico
de Gênesis, foi o Deus YHWH que
se revelou ao semita Abrão (depois chamado de Abraão) em Ur,
na Baixa Mesopotâmia. Historicamente, surge aqui o princípio
do monoteísmo hebraico no interior de uma sociedade
fortemente politeísta.
O Deus YHWH é
deste modo identificado como a Divindade que causou
o Dilúvio Bíblico. É o Deus de Adão, de Abel,
de Enoque e de Noé. É o Criador do Universo e de
todas as formas de vida na Terra. É também chamado por
Adonai (Soberano
Senhor), Elohim (Deus,
e não deuses, visto que se trata de plural majestático e
cristãos têm afirmado que a forma plural teria o sentido de plural
majestático), HaAdón (o
[Verdadeiro] Senhor), Elyón (Deus
Altíssimo) e El-Shadai (Deus
Todo-poderoso).
Assim, o Deus YHWH se
assume como um Deus familiar, o “Deus de Abraão,
de Isaque e Jacó”, protetor da linhagem do
“descendente” [ou "semente"] de Abraão. De seguida,
torna-se o Deus das 12 tribos de Israel. É o Deus Libertador do
povo de Israel da escravidão no Egito e quem o
faz conquistar a terra de Canaã. Para tal, revela-se a Moisés,
a quem entrega seus Dez Mandamentos no monte Sinai. Para sua
adoração e cumprimento de sua Lei, são constituídos sacerdotes os
da tribo de Levi, ou Levitas, sob a liderança do
Sumo Sacerdote, da linhagem de Aarão.
Com o estabelecimento
da Monarquia do Antigo Israel, e mesmo após a divisão do
Reino, emerge o papel dos profetas do Antigo
Testamento como porta-vozes especiais do Deus YHWH. Tornam-se
desse modo figuras-chave na vida religiosa, com uma autoridade única.
Também consolidam a idéia da vinda do Messias como o
“Ungido” de YHWH, descendente da Tribo de Judá e da
Casa Real de David.
Temerosos em transgredir a Lei de Deus
O Tetragrama YHWH no
alfabeto fenício, aramaico e hebraico moderno.
Para alguns estudiosos
da literatura judaica, o nome do Eterno era impronunciável,
e segundo a explicação científica dos judeus, passaram a não
pronunciar o nome do Eterno Todo Poderoso porque se sentiam temerosos
em transgredir o terceiro mandamento do Eterno no Decálogo:
“Não tomarás o nome
de YHWH, teu Deus, em vão, pois YHWH não considerará impune aquele
que tomar seu nome em vão.” Êxodo 20:7
Assim, em determinado
período, surgiu entre os judeus uma idéia supersticiosa, de
que era errado até mesmo pronunciar o Tetragrama
YHWH.
Não se sabe exatamente em que se baseou a descontinuidade do uso
deste nome. Alguns sustentam que o nome era considerado sagrado
demais para ser proferido por lábios imperfeitos. Mas uma pesquisa
no Velho Testamento não revela nenhuma evidência de que
quaisquer dos adoradores de YHWH alguma vez hesitassem em proferir o
nome Dele.
Documentos hebraicos
não-bíblicos, tais como as chamadas Cartas de Laquis (escritas
em fragmentos de cerâmica encontradas em Tell ed-Duweir em
1935 e outras três em 1938), mostram que YHWH era usado na
correspondência comum na Palestina na última parte
do Século VII A.C. Em todas as cartas legíveis se
encontram expressões como:
“Que יהוה
[YHWH]
faça que meu senhor ouça hoje mesmo notícias de paz.” Provando
que o Nome nunca foi esquecido. Lachish
Ostracon IV, Ancient Near Eastern Texts, p. 322.
Outro conceito sustenta que
se pretendia impedir que povos não-judeus (gentios) conhecessem O
Nome e
possivelmente o usassem mal. Todavia, o antigo Testamento afirma que
o próprio YHWH faria
com que Seu nome “fosse declarado em toda a Terra”, para ser
conhecido até mesmo pelos seus adversários.
(Êxodo 9:16; Isaías 64:2; Jonas 1:1,17) O
Nome do Deus de Israel era conhecido e usado por nações pagãs
(politeístas) tanto antes da Era Cristã como nos
primeiros séculos dela .
“Como é impossível que YHWH minta, só quem mentiu foi o seu povo
dizendo que esquecera a pronúncia!”, dizem algumas seitas, como
“Os testemunhas de Yahushua” (Ver artigo do nome original de
Jesus / Yeshua - particularmente em O nome árabe),
autodenominados “Ohol ou Oholyao”, e outras variantes
recentes como “Os testemunhas (ou irmãos) de Yaohushua” .
Acreditam nos conceitos cristãos, sendo cristãos em doutrina,
diferindo apenas no uso do que acham ser o nome correto de Jesus como
fonte de salvação da seita. Eles negam a lei judaica (Toráh) e as
takanot (tradições) judaicas.
Já outros não-judeus
(gentios) que desejem se agregar à crença à YHWH são orientados
(pelo Judaísmo) de maneira bem diferente quanto ao trato com o
nome do Deus YHWH (“Lei de Noé” Nº01: “Não cometer
idolatria”), o que é interpretado principalmente como preservar o
nome YHWH, assim como explicam, não tomando o nome em ocasiões ou
cultos vãos .
A origem da superstição
O Nash Papyrus (Século
II a.C.) contém uma parcela do texto pré-Massorético,
especificamente os Dez Mandamentos.
Não existem certezas do(s)
motivo(s) originalmente apresentado(s) para se descontinuar a
pronúncia correta do Tetragrama
YHWH,
assim como também há muita incerteza quanto à época em que tal
conceito supersticioso se iniciou. Alguns afirmam que
começou após o Exílio Babilônico. Mas o
profeta Malaquias foi um dos últimos escritores do Velho
Testamento na última metade do Século V a.C., e dá
grande destaque ao Nome Divino.
Outras obras de referência
sugerem que O
Nome deixou
de ser usado por volta de 300 a.C.. Evidência para esta data
foi supostamente encontrada na ausência do Tetragrama (ou de uma
transliteração dele) na tradução Septuaginta Grega,
iniciada por volta de 280 a.C.. É verdade que as cópias mais
completas dos manuscritos da Septuaginta Grega agora conhecidas
seguem uniformemente o costume de substituir o Tetragrama YHWH por
expressões substitutas. No entanto, estes manuscritos principais
remontam apenas ao Século IV e ao século V.
Descobriram-se recentemente cópias mais antigas da Septuaginta Grega
que continham o Tetragrama YHWH, embora em forma fragmentária.
Uma delas, descoberta
no Egito, são os restos fragmentários dum rolo
de papiro da LXX com uma parte
de Deuteronômio (32:3,6) identificado como Papiro
Fouad Inventário n.° 266. Apresenta 49 vezes o Tetragrama
YHWH,
escrito em caracteres hebraicos quadrados, em cada ocorrência no
texto hebraico traduzido. Registram-se mais três ocorrências
de YHWH em
fragmentos não identificados (116, 117 e 123). Os peritos datam este
papiro como do Século I a.C. , e neste caso, foram
escritos quatro ou cinco séculos antes dos manuscritos já
mencionados.
Comentando que os fragmentos
mais antigos da Septuaginta Grega realmente contêm YHWH, o Dr. P.
Kahle diz:
“Sabemos
agora que o texto grego da Bíblia [a Septuaginta], no que tange a
ter sido escrito por judeus para judeus, não traduziu o nome divino
por Kýrios,
mas o Tetragrama escrito com letras hebraicas ou gregas foi retido em
tais manuscritos. Foram os cristãos que substituíram o Tetragrama
por Kýrios,
quando o nome divino em letras hebraicas não era mais
entendido’.
Assim, pelo menos em forma
escrita, não existe evidência sólida de qualquer desaparecimento
ou abandono da pronúncia do Tetragrama
YHWH no
período a.C..
No Século I, surge
pela primeira vez alguma evidência duma atitude supersticiosa para
com esse nome. Flávio Josefo, historiador judeu que descendia
duma família sacerdotal, após narrar à revelação que Deus
forneceu a Moisés no local do espinheiro ardente, ao falar
sobre pronúncia do Nome de Deus do Tetragrama YHWH menciona apenas:
“O
Nome sobre o qual estou proibido de falar.”
Esta mudança ocorreu nas
traduções gregas da Septuaginta nos séculos que se seguiram à
morte de “Jesus Cristo” (Yeshua) e de seus apóstolos. Na versão
grega de Áquila, que data do século II d.C., e
na Hexapla de Orígenes,
que data por volta de 245,YHWH ainda aparecia em caracteres
hebraicos.
Ainda no Século
IV, Jerônimo de Strídon, perito bíblico e tradutor
da Vulgata Latina, diz no seu prólogo dos livros bíblicos
de Samuel e de Reis:
“E
encontramos o nome de Deus, o Tetragrama,
em certos volumes gregos mesmo hoje, expresso em letras antigas.”
A pronúncia do Tetragrama YHWH
Na segunda metade do
primeiro milênio na nossa era, os escribas conhecido
por massoretas introduziram um sistema de sinais
vocálicos para facilitar a leitura do texto consonantal em
hebraico que poderia conduzir a inúmeros significados e em vez de
inserir os sinais vocálicos corretos de YHWH,
colocaram outros sinais vocálicos para lembrar ao leitor que ele
devia dizer Adhonai (“Soberano
Senhor”) ou Elohím (“Deus”).[9]
O Códice de
Leningrado, do Século XI, tem no Tetragrama
YHWH,
sinais vocálicos para orar a Yehvíh, Yehváh e Yehováh.
A edição de Ginsburg do texto massorético tem sinais
vocálicos para que ore a Yehováh.
(Gênesis 3:14) Os hebraístas em geral são a favor de Yahvéh como
a pronúncia mais provável. Salientam que a forma abreviada do nome
é Yah (ou Jah, na forma latinizada), como
no Salmo 89:8 e na expressão HaleluYah (que
significa “Louvai a Jah!”; em português, é vertida
por Aleluia). Também as formas Yehóh, Yoh, Yah e Yahu,
encontradas na grafia hebraica dos nomes Jeosafá, Josafá,
Sefatias e outros, podem todas ser derivadas de Yahwéh. As
transliterações gregas feitas pelos primitivos escritores cristãos
indicam uma direção algo similar. Ainda assim, de modo algum há
unanimidade sobre o assunto entre os peritos.
A posição atual
das Testemunhas de Jeová sobre este ponto resume-se ao
seguinte: Visto que, atualmente, não se pode ter certeza absoluta da
pronúncia do nome de Deus, parece não haver nenhum motivo para
abandonar a forma bem conhecida, Jeová (em português), em
favor de Javé ou outra forma hipotética. Se tal mudança
fosse feita, então, a bem da coerência, deviam ser feitas
alterações na grafia e na pronúncia de uma infinidade de outros
nomes encontrados na Bíblia. Por exemplo, no caso de Jeová ser
alterado para Javé, Jeremias seria mudado
para Yir.meyáh, Isaías se
tornaria Yesha.yá.hu,
e Jesus seria
pronunciado Yehoh.shú.a em hebraico ou I.e.soús,
no grego. Assim, para as Testemunhas de Jeová, conhecer,
usar e divulgar o nome pessoal de Deus é considerada a questão mais
importante, mesmo que não se conheça a pronúncia original deste
nome sagrado.
Significado
O significado exato
do Tetragrama
YHVH ainda
é objeto de controvérsia entre os especialistas. Em Êxodo 3:14,
YHVH disse a Moisés: “Ehiéh
ashér ehiéh.” Segundo
muitas traduções da Bíblia, esta expressão, encontrada no texto
hebraico significa: “Serei
o que Serei.” – Almeida
Revista e Atualizada. E assim também compreenderam os tradutores
da Versão dos Setenta: “Ego
eimi ho ôn”.
Disse Deus a Moisés: “Eu
sou Aquele que é”.
Disse mais: “Assim
dirás aos filhos de Israel: ‘EU SEREI me enviou até vós. ’
“ - Bíblia
de Jerusalém.
Esta expressão “Eu
sou o que sou” é
usada como título para Deus, para indicar que ele realmente existia.
Isso corresponde a “Eu
sou aquele que é”, “Eu
sou o existente”.
YHVH estaria assim confirmando sua própria existência.
Outras traduções
vertem: Serei
o que eu for.
A Tradução dos Vinte e Quatro Livros das Escrituras Sagradas,
em inglês, do Rabino Isaac Leeser, verte como segue: “E Deus
disse a Moisés: Serei
o que eu for:
e ele disse: Assim dirás aos filhos de Israel: SEREI enviou-me
a vós. - [10]
A Bíblia Enfatizada,
de Joseph Bryant Rotherham, em inglês, verte Êxodo 3:14 como
segue: “E
Deus disse a Moisés: Tornar-me-ei aquilo que me agradar. E ele
disse: Assim dirás aos filhos de Israel: Tornar-me-ei enviou-me a
vós.” A
nota ao pé da página, sobre este versículo, diz em parte: “Hayah
[palavra vertida acima ‘tornar-se’] não significa ‘ser’
essencial ou ontologicamente, mas fenomenalmente. . . . O que ele
será não é expresso — Ele estará com eles, ajudador,
fortalecedor, libertador.” De
modo que esta referência não é à auto-existência de Deus, mas,
antes, ao que ele pensa tornar-se para com os outros.
- [11] Ou: Mostrarei
ser o que eu mostrar ser.
- Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas.
Para estes estudiosos, isto
significa que YHVH podia adaptar-se às circunstâncias, e que, o que
quer que ele precisasse tornar-se ou mostrar ser em harmonia com seu
propósito, ele podia tornar-se e se tornaria ou mostraria ser.
Explicam que o verbo hebraico ha•yáh,
do qual deriva a palavra Eh•yéh,
não significa simplesmente “ser”.
Antes, significa “vir
a ser; tornar-se”,
ou “mostrar
ser”.
Entendem que segundo a raiz do Tetragrama na língua
hebraica, o Tetragrama pode significar “Ele
Causa que Venha a Ser ou Mostrar Ser”,
quer dizer, com respeito a Si mesmo e com respeito ao que Ele se
tornará ou mostrará ser, e não com respeito a criar coisas. Para
estes tradutores, Deus não estaria apenas confirmando sua própria
existência, mas ensinando o que esse nome implica. YHVH ‘mostraria
ser’, faria com que ele mesmo se tornasse o que quer que fosse
preciso para cumprir as suas promessas.
A nota ao pé da página
sobre Êxodo 3:14 de “O
Pentateuco e as Haftorás”,
texto hebraico com tradução e explanação em inglês, editado pelo
Dr. J. H. Hertz comenta: “A
maioria dos modernos segue Rashi em verter ‘Serei o que eu for’;
ou, nenhumas palavras podem resumir tudo o que Ele será para o Seu
povo, mas a Sua fidelidade eterna e sua misericórdia imutável
manifestar-se-ão cada vez mais na orientação de Israel. A resposta
que Moisés recebe nestas palavras, portanto, é equivalente a:
‘Salvarei do modo em que eu salvar.’ É para assegurar aos
israelitas o fato da libertação, mas não revela a maneira.” — [12]
Entende-se que este nome
sagrado, na realidade, é um verbo, a forma causativa,
indefinida, do verbo hebraico hawáh.
Assim, segundo estes estudiosos, o Tetragrama YHVH significa “Ele
Causa que Venha a Ser”. Mostre
Ser ou:
Mostrará
Ser,
incorporando em si mesmo um propósito. Assinala o Portador deste
nome exclusivo como Aquele Que Tem um Propósito.
Assim, os eruditos não
estão totalmente de acordo a respeito do significado do nome de
Deus. Muitos traduzem a expressão encontrada no texto hebraico: Eu
sou o que sou.
Outros, depois de extensas pesquisas sobre o assunto, acreditam que o
nome é uma forma do verbo hebraico hawáh (tornar-se, vir a ser),
significando “Ele
Causa que Venha a Ser”.
Freqüência nos escritos originais
Muitos eruditos e tradutores
da Bíblia defendem que se siga a tradição de eliminar o nome de
Deus. Alegam que a incerteza a respeito da pronúncia do Tetragrama
YHWH justifica
a eliminação, e também sustentam que a supremacia e a existência
ímpar do Verdadeiro Deus tornam desnecessário que Ele tenha um nome
específico para se diferenciar dos “demais deuses”. Mas este
conceito não encontra apoio na Bíblia, quer no Antigo
Testamento, quer no Novo Testamento.
O Tetragrama
YHWH ocorre 6.828
vezes no texto hebraico da Bíblia
Hebraica de Kittel (BHK) e da Bíblia Hebraica
Stuttgartensia (BHS). A frequência em que aparece o Tetragrama
atesta a sua importância. Seu uso em todas as Escrituras
ultrapassa em muito, o de quaisquer nomes-títulos, tais como
“Soberano Senhor (em hebr. Adhonai)”,
“o [Verdadeiro] Senhor” (em hebr. Ha
Adhóhn),
Altíssimo (em hebr. Elyón)
“o [Verdadeiro] Deus” (em hebr. Ha
Elohím)
e “Deus” (em hebr.Elohím).
É digna de nota a
importância atribuída aos nomes próprios entre os povos
semíticos.
O Prof. George Thomas Manley
indica:
“O
nome não é simples rótulo, mas é representativo da verdadeira
personalidade daquele a quem pertence. … Quando uma pessoa coloca
seu nome numa coisa ou em outra pessoa, esta passa a ficar sob sua
influência e proteção.”
- Alguns exemplos do uso dos nomes próprios nas Escrituras Hebraicas:
- Gênesis 27:36;
- I Samuel 25:25;
- Salmos 83:18
- Salmos 20:1;
- Provérbios 22:1.n.
Uso moderno
Algumas versões da Bíblia,
transcrevem o Tetragrama como Yahweh, Yavéh ou Javé :
- A Bíblia de Jerusalém - edição brasileira (1981, com revisão e atualização na edição de 2002) da edição francesa Bible de Jerusalém:
- Transcreve o nome pessoal de Deus como Yahweh.
- BÍBLIA Mensagem de Deus (Edições Loyola de 1983):
- Transcreve o nome pessoal de Deus como Javé, exceto nos Salmos ao falar sobre as adaptações no Livro:
“Sem
falar em certas adaptações como o uso da palavra Senhor em vez de
Javé, que de modo algum corresponderia à sensibilidade cristã.”
Outras versões da Bíblia,
transcrevem o Tetragrama como Jeová:
- A King James Version (autorizada), 1611:
- Transcreve quatro vezes como o nome pessoal de Deus (todos em textos considerados de importância), por exemplo, Êxodo 6:3; Salmo 83:18; Isaías 12:2; Isaías 26:4; e três vezes junto a nomes de lugares: Gênesis 22:14; Êxodo 17:15; e Juízes 6:24.
- A Versão de Padrão Americana, edição 1901:
- Traduz consistentemente o Tetragrama como Je-ho’vah em todos os 6.823 lugares onde ocorre nas Escrituras Hebraicas.
- A Nova bíblia Inglesa:
- Publicada pela imprensa da Universidade de Oxford, 1970, por exemplo Gênesis 22:14; Êxodo 3:15,16; 6:3; 17:15; Juízes 6:24 ;
- A Bíblia Viva:
- Publicada por Publishers de Tyndale House, Illinois 1971, por exemplo Génesis 22:14, Êxodo 4:1 – 27; 17:15;Levítico 19:1 – 36; Deuteronômio 4:29, 39; 5:5, 6; Juízes 6:16, 24; Salmos 83:18; 110:1; Isaías 45:1, 18; Amós 5:8; 6:8; 9:6;
- A Versão de João Ferreira de Almeida, a Almeida Revista e Corrigida, de 1693:
- Empregou milhares de vezes na forma JEHOVAH, como se pode ver na reimpressão, de 1870, da edição de 1693. A Edição Revista e Corrigida (1954) retém o Nome em sua forma moderna (Jeová) em lugares tais como Salmo 83:18; Isaías 12:2 dentre outros, e extensivamente, no livro de Isaías, Jeremias e Ezequiel.
- La Santa Bíblia – Version Reina-Valera (1909):
- Traduzem quase todas às vezes integralmente como Jehova.
- A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, New York, Inc., 1961 e revisada em 1984. Traduz o Tetragrama quase 7.000 vezes nas Escrituras Hebraicas (Antigo Testamento) e muitas outras vezes nos escritos Gregos - Cristãos (Novo Testamento).
Visto que a pronunciação
original de יהוה é
desconhecida, e visto que já por séculos o uso da
tradução Jeová passou
a ser amplamente divulgado e estabelecido entre muitos cristãos,
tornando-se uma pronúncia familiar em muitos idiomas, vários grupos
religiosos, mais notavelmente as Testemunhas de Jeová, continuam a
usá-la, ainda que muitos outros grupos religiosos favoreçam a
pronúncia Javé ou Yahvé,
ou mesmo o titulo SENHOR.
Vaticano
Em uma carta datada de 29
de junho de 2008, o Vaticano emitiu uma nota
oficial, orientando para que o nome Iavé deixe de ser utilizado no
serviço litúrgico católico romano. A medida não afetaria
significativamente a linguagem litúrgica, uma vez que o
termo não consta das traduções oficiais dos missais romanos, mas
implicaria na modificação de alguns hinários. O nome YHWH
continuaria a ser utilizado na leitura do Lecionário e
de Bíblias católicas romanas.
Outros usos de YHWH
Geneva Bible, 1560.
(Salmo 83:18)
Sendo amplamente conhecido,
durante séculos antes da era comum não havia dúvidas
quanto à sua pronúncia, o que explica a ausência de um abjad -
um sistema de escrita com símbolos das letras que representam as
consoantes.
A tradição religiosa dos
judeus, especialmente a sua tradição esotérica e mística,
a cabala, considera o Nome de Deus tão sagrado quanto
impronunciável. Não se sabe ao certo a origem de tal tradição, ou
como ela se desenvolveu com o tempo. Crê-se que se tenha originado
no alegado receio de desobedecer ao 3º dos Dez Mandamentos, ou
Decálogo, dados a Moisés. “Não pronunciarás em falso o
nome de Yeová [YHWH] teu Deus, porque Yeová [YHWH] não deixará
impune aquele que pronunciar em falso o seu nome.” (Êxodo
20:7, BJ -
A proibição seria sobre o mau uso do Nome
Divino,
não sobre o seu uso.)
De qualquer maneira, os
judeus em algum período pós-exílico, adotaram a palavra hebraica
‘Adho.nái (que
significa “Soberano Senhor”) ao pronunciarem o Tetragrama
Sagrado. Assim, YHWH recebeu sinais vocálicos – colocados por
copistas judeus chamados massoretas - de forma que fosse
pronunciado Adonai.
Sendo assim, ficou reservada apenas aos copistas e sacerdotes a
correta pronúncia de YHWH codificada num sistema de sinais
vocálicos.
A pronúncia Jeová, além
de aparecer em algumas versões bíblicas, também é usada
pelos maçons, e rosa cruzes. As correntes ligadas
ao Cristianismo Esotérico, tais como a Gnose e a Rosa
cruz, identificam esse Tetragrama como designação do Espírito
Santo, e não do Deus-Pai.
Na Cabala judaica
Segundo a Cabala Judaica,
a Torá teria sido revelada a Moisés no alto
do Monte Sinai, e ele teria registrado de forma escrita aquilo
que só poderia ser entendido diretamente de Deus, garantindo assim
que permaneça impronunciável. Afirmam uma eventual relação do
Tetragrama com o nome de Adão (Yode)
e Eva (Chavah)
no Génesis, já que Yode-cHaVaH é
exatamente YHWH,
o Tetragrama
Sagrado,
dando a entender uma relação mais profunda ainda entre o
“Senhor Deus” e sua obra.
Com o decorrer do tempo, os
judeus adotaram outras expressões substitutas para se referir
ao Tetragrama
Sagrado:
“O Nome”, “O Bendito” ou “O Céu”.
Na Cabala, as palavras
correspondem a valores que são calculados usando-se uma atribuição
de valores às letras do alfabeto hebraico. Isto se chama gematria.
É considerado um dos mais importantes mecanismos de interpretação
do texto bíblico usados pelos cabalistas e místicos judeus. Usando
gematria, os cabalistas calculam o valor numérico do Tetragrama
Sagrado como sendo 26 (Yode = 10, Hê = 5, Vau = 6, Hê = 5; 10 + 5 +
6 + 5 = 26 ), cujo número menor é 8 (2+6). Para os rabinos, o
número 26 também é sagrado, pois se identifica com o Tetragrama
YHWH. Os ocultistas interpretam o Tetragrama YHWH e outros símbolos
cabalísticos como signos mágicos poderosos capazes de abrir as
portas da consciência humana.
“Jeová” ou “Javé”?
Nome IEHOVAH escrito numa
parede de uma igreja norueguesa. (Fonte: O Nome Divino na
Noruega)
Apesar da discussão sobre
sua origem e significado, muitos afirmam que os sons vocálicos
originais do Tetragrama
YHWH jamais
serão conhecidos [carece de
fontes],
estando perdida a pronúncia original. Tal posição tem
levado a debates apaixonados sobre o assunto, tanto por parte de
eruditos como de religiosos, o que têm produzido interessantes
conclusões.
Alguns argumentam que se o
nome de Deus fosse Jeová,
não se falaria aleluia (Hallelu Yah), e
sim aleluieo ou Hallelu
Yeho -
(“Glória a Yehowah“ Jeová).
Mas Hallelu
Yah -
(Jah seja louvado”).
Esta controvérsia vem sendo
travada por muitos anos. Atualmente, muitos eruditos parecem
favorecer o nome “Javé” (ou “Iahweh”), de duas sílabas.
Mesmo assim, o Hebraico ou Aramaico, não se
usava vogais, era apenas composta por consoantes.
Mas, considerando alguns
exemplos de nomes próprios encontrados na Bíblia, que incluem
uma forma abreviada do nome de Deus na tradução Jeová, George
Wesley Buchanan, professor emérito no Seminário
Teológico de Wesley, Washington DC, Estados Unidos, afirma que
esses nomes próprios podem fornecer indicação de como se
pronunciava o nome de Deus.
Jehovah em manuscritos
de William Blake.
George Wesley
Buchanan explica:
“Na
antiguidade, os pais muitas vezes davam aos filhos o nome de suas
deidades. Isto significa que pronunciavam os nomes dos filhos assim
como se pronunciava o nome da deidade. O Tetragrama foi incluído em
nomes de pessoas, e eles sempre usavam a vogal do meio.”
Por exemplo, Jonatã aparece
como (Yo•na•thán ou Yeho•na•thán) na Bíblia hebraica,
significa “YHWH deu”. O nome do profeta Elias é
’E•li•yáh ou ’E•li•yá•hu. Segundo o Professor
Buchanan, Elias significa: “Meu Deus é [YHWH].” Da mesma
forma, o nome hebraico para Jeosafá (Yeho•sha•phát),
significa “YHWH julgou”.
A pronúncia
do Tetragrama com
duas sílabas, como “Javé” (ou “Yahweh”), não permitiria a
existência do som da vogal ‘O’ como parte do nome de Deus. Mas,
nas dezenas de nomes bíblicos que incorporam o nome
divino, o som desta vogal do meio aparece tanto nas formas originais
como nas abreviadas, como em Jeonatã e em Jonatã.
O Professor Buchanan
diz a
respeito do Nome
Divino:
“Em
nenhum caso se omite a vogal oo ou oh. A palavra era às vezes
abreviada como ‘Ya’, mas nunca como ‘Ya-weh’. . . . Quando o
Tetragrama era pronunciado com uma só sílaba, era ‘Yah’ ou
‘Yo’. Quando era pronunciado com três sílabas, era ‘Yahowah’
ou ‘Yahoowah’. Se fosse alguma vez abreviado a duas sílabas,
teria sido como ‘Yaho’.” - Biblical
Archaeology Review.
Segue-se outra declaração
feita pelo hebraísta Wilhelm Gesenius, no Dicionário Hebraico e
Caldaico das Escrituras do Velho
Testamento (em alemão):
“Os
que acham que יהוה
[Ye-ho-wah]
era a pronúncia real [do nome de Deus] não estão totalmente sem
base para defender sua opinião. Assim se podem explicar mais
satisfatoriamente as sílabas abreviadas והי
[Ye-ho]
e יו
[Yo],
com que começam muitos nomes próprios.”
Na introdução da tradução
de (Os Cinco Livros de Moisés), Everett Fox afirma:
“Tanto
as tentativas antigas como as novas, para recuperar a pronúncia
‘correta’ do nome hebraico [de Deus], não foram bem-sucedidas;
não se pode provar conclusivamente o ‘Jeová’ que se ouve às
vezes, nem o padrão erudito ‘Javé’ ‘Iahweh’.”
Os
estudos eruditos continuarão. Os judeus deixaram de
pronunciar o nome de Deus antes dos massoretas desenvolverem
o sistema de pontos vocálicos. Não há como se provar quais
vogais acompanhavam as consoantes YHWH (יהוה).
Ainda assim, os nomes
próprios de personagens bíblicos fornecem indício da antiga
pronúncia do nome de Deus. Assim, alguns eruditos concordam que a
pronúncia “Jeová”, seja correta.
A pronúncia original
de יהוה é
desconhecida, mas por séculos o uso da tradução Jeová,
passou a ser amplamente divulgado e estabelecido entre muitos
cristãos, tornando-se uma pronúncia familiar e popular em
muitos idiomas. Assim, vários grupos religiosos, mais notavelmente
as Testemunhas de Jeová, continuam a usá-la, ainda que muitos
outros grupos religiosos favoreçam a pronúncia Javé ou Yahvéh,
ou mesmo o titulo SENHOR.
Segundo elas, os diversos nomes próprios existentes são muitas
vezes pronunciados de maneiras diferentes da língua original, e
assim como ocorre com o nome “Jesus”, transliterado do
original Ye·shú·a‘
ou [vindo de Josué] Yeho·shú·a‘,
não se deveria abandonar o uso do nome “Jeová” simplesmente por
não se saber a pronúncia exata deste.
Transcrição em diferentes idiomas
Língua
|
Nome
|
Língua
|
Nome
|
Africâner | Jehóva | Romeno | Iehova |
Árabe | Igova/Jahova [3]يهوه | Māori | Ihowa |
Awabakal | Yehóa | Motu | Iehova |
Bósnio | Jehova | Macedônio | Јахве |
Bugotu | Jihova | Narrinyeri | Jehovah |
Búlgaro | Йехова | Nembe | Jihova |
Croata | Jehova / Jahve | Petats | Jihouva |
Dinamarquês | Jahve (/ Jehova) | Polonês [br] / Polaco [pt] | Jehowa / Jahwe |
Neerlandês | Jehova / Jahwe(h) | Português | Iavé (Javé) / Yahweh / Jeová |
Efik | Jehovah | Ewe (Ʋegbe) | Yehowah |
Inglês | Jehovah / Yahweh | Russo | Иегова / Яхве |
Fiji | Jiova | Samoa | Ieova |
Finlandês | Jahve / Jehova | Sérvio | Јехова / Jehova |
Francês | Yahvé / Jéhovah | SeSotho | Jehova |
Futuna | Ihovah | Espanhol | Yavé Yahveh /Jehová |
Alemão | Jehova / Jahwe | KiSwahili | Yehova |
Grego | Iehova / Yiahve Ιεχωβά / Γιαχβέ | Sueco | Jehova / Jahve |
Húngaro | Jahve / Jehova | Tagalo | Jehova/Yahweh |
Igbo | Jehova | Taitiano | Jehovah |
Indonésio | Yehuwa | Tongan | Jihova |
Italiano | Geova / Jahve | Turco | Yehova |
Japonês | EHOBA/YAHAWE エホバ / ヤハウェ |
XiVenda | Yehova |
Coreano | Yeohowa 여호와 Yahwe 야훼 |
Xhosa | u Yehova |
Mandarim chinês tradicional | Yéhéhuá / Yǎwēi / Yǎwēi 耶和華/雅威/雅巍 |
Yoruba | Jehofah |
Mandarim chinês simples | Yéhéhuá / Yǎwēi / Yǎwēi 耶和华/雅威/雅巍 |
Zulu | u Jehova |
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