Lição
4 - Discipulado2 - IMPUREZA – SEPARAÇÃO DO CRENTE
A
SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE
2Co 6.17,18 “Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor;
e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e
vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso”.
O
conceito de separação do mal é fundamental para o relacionamento entre Deus
e o seu povo. Segundo a Bíblia, a separação abrange duas dimensões, sendo
uma negativa e outra positiva:
(a)
a separação moral e espiritual do pecado e de tudo quanto é contrário a
Jesus Cristo, à justiça e à Palavra de Deus;
(b)
separar-se para DEUS - acercar-se de Deus em estreita e íntima comunhão,
mediante a dedicação, a adoração e o serviço a Ele.
(1)
No AT, a separação era uma exigência contínua de Deus para o seu povo
(Lv 11.44; Dt 7.3; Ed 9.2 – separar-se dos cananeus). O povo de Deus deve
ser santo, diferente e separado de todos os outros povos, a fim de pertencer
exclusivamente a Deus. Uma principal razão por que Deus castigou o seu povo
com o desterro na Assíria e Babilônia foi seu obstinado apego à idolatria e
ao modo pecaminoso de vida dos povos vizinhos (ver 2Rs 17.7,8; 24.3; 2Cr
36.14; Jr 2.5, 13; Ez 23.2; Os 7.8).
(2)
No NT, Deus ordenou a separação entre o crente e:
(a)
o sistema mundial corrupto e a transigência ímpia (Jo 17.15,16; 2Tm 3.1-5;
Tg 1.27; 4.4);
(b)
aqueles que na igreja pecam e não se arrependem de seus pecados (Mt 18.15-17;
1Co 5.9-11; 2Ts 3.6-15); e
(c)
os mestres, igrejas ou seitas falsas que aceitam erros teológicos e negam as
verdades bíblicas (ver Mt 7.15; Rm 16.17; Gl 1.9; Tt 3.9-11; 2Pe 2.17-22; 1Jo
4.1; 2Jo 10,11; Jd vv.12,13).
(3)
Nossa atitude nessa separação do mal, deve ser de:
(a)
ódio ao pecado, à impiedade e à conduta de vida corrupta do mundo (Rm 12.9;
Hb 1.9; 1Jo 2.15), (b) oposição à falsa doutrina (Gl 1.9),
(c)
amor genuíno para com aqueles de quem devemos nos separar (amar os inimigos,
Jo 3.16; 1Co 5.5; Gl 6.1; cf. Rm 9.1-3; 2Co 2.1-8; 11.28,29; Jd v. 22) e
(d)
temor de Deus ao nos aperfeiçoarmos na santificação (7.1).
(4)
Nosso propósito na separação do mal, é que nós, como o povo de Deus,
(a)
perseveremos na salvação (1Tm 4.16; Ap 2.14-17), na fé (1Tm 1.19; 6.10,
20,21) e na santidade (Jo 17.14-21; 2Co 7.1);
(b)
vivamos inteiramente para Deus como nosso Senhor e Pai (Mt 22.37; 2Co
6.16-18) e
(c)
convençamos o mundo incrédulo da verdade e das bênçãos do evangelho (Jo
17.21; Fp 2.15).
(5)
Quando corretamente nos separarmos do mal, o próprio Deus nos recompensará,
acercando-se de nós com sua
proteção, sua bênção e seu cuidado paternal.
Ele
promete ser tudo o que um bom Pai deve ser. Ele será nosso Conselheiro e
Guia; Ele nos amará e de nós cuidará como seus próprios filhos (6.16-18).
(6) O crente que deixa de separar-se da prática do mal,
do erro, da impureza, o resultado inevitável será a perda da sua comunhão
com Deus (6.16), da sua aceitação pelo Pai (6.17), e de seus direitos de
filho (6.18; cf. Rm 8.15,16).
(Bíblia
de Estudos Pentecostal - CPAD)
Crucificando
a Carne (Gálatas 5:19-21)
A
carta de Paulo aos gálatas ataca com força a doutrina falsa que alguns
cristãos judeus estavam ensinando, pela qual tentavam obrigar os cristãos a
obedecer a lei que Deus havia dado aos israelitas, no Velho Testamento. Ele
demonstra efetivamente que nossa justificação é pela fé em Cristo, e não
pelas obras da lei de Moisés. Os primeiros quatro capítulos do livro
apresentam e defendem seus argumentos para mostrar que não somos escravos sob
a velha lei, mas livres em Cristo. Em Gálatas 5:1, ele faz este forte apelo:
"para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e
não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão."
Paulo
faz, então, uma transição dos argumentos doutrinários contra este
erro de alguns irmãos judeus, para os argumentos práticos que todos
podemos e devemos aplicar em nossas vidas. Pondo de lado a lei do Velho
Testamento, ele continua dizendo: "Porque vós, irmãos, fostes chamados
à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede,
antes, servos uns dos outros, pelo amor" (Gálatas 5:13). Este contraste
entre nossa liberdade em Cristo e a escravidão à carne é desenvolvido nos
versículos finais do capítulo 5, onde ele mostra que devemos andar no
Espírito e recusarmo-nos a satisfazer os desejos pecaminosos de nossa carne.
Ele nos diz que estamos em uma guerra que o Espírito deve vencer. Para
ajudar-nos a ser vitoriosos, ele enumera as obras da carne e coloca-as em
contraste direto com o fruto do Espírito. Vai nos ajudar a vencer o inimigo
dos desejos carnais se considerarmos cuidadosamente esta lista e o significado
das palavras que Paulo emprega.
As
Obras da Carne (Gálatas 5:19-21)
Muitos
dos pecados listados aqui são semelhantes, portanto, pode ajudar em seu
entendimento se os considerarmos em grupos.
Pecados
de Impureza Sexual
Prostituição
(19) é um termo amplo, que descreve relações sexuais ilícitas. Sua origem,
como pode ser entendida pela tradução comum, "prostituição", vem
de uma palavra que descrevia "amor" que pode ser comprado e vendido,
onde uma pessoa é usada e descartada. Em vez de restringir as relações
sexuais como Deus tencionava (somente a um casamento legal, por toda a vida,
de um homem com uma mulher, Gênesis 2:24; Hebreus 13:4), aqueles que praticam
a prostituição fazem do sexo uma paixão carnal barata e vazia.
Impureza
(19) significa basicamente sujeira. Ela fala da impureza que corrompe a
moralidade e a alma de uma pessoa. Ela pode ser usada para falar de impureza
religiosa, mas também veio a significar corrupção moral. Esta impureza
separa uma pessoa de Deus, que é puro e santo.
Lascívia
(19) sugere um amor ao pecado, de quem perdeu sua vergonha e imprudentemente
viola a lei de Deus. É normalmente usada para falar de tal atitude para com
os pecados sexuais.
Pecados
de Impureza Espiritual e Religiosa
Idolatria
(20) é, essencialmente, a adoração de uma criatura quando deveríamos
adorar somente o Criador. É, assim, uma rejeição de Deus e de sua posição
de autoridade e honra. Pode ser cometida na adoração a imagens (Romanos
1:19-23) ou na exaltação e na busca de coisas materiais (Mateus 6:24;
Colossenses 3:5). Pode levar a doenças e mortes como em Rm1, pelo abandono de
DEUS.
Feitiçaria
(20) vem da mesma raiz que a palavra "farmácia". Ela,
originalmente, se referia a drogas medicinais, e com o passar do tempo veio a
ser associada com o abuso de drogas e, finalmente, com o abuso de drogas em
bruxaria e feitiçaria.
Pecados
Contra Outras Pessoas
As
obras da carne incluem oito palavras que se referem a conflitos e divisões
entre pessoas, por causa de atitudes egoístas e pecaminosas, que destroem as
relações pessoais. Estes pecados têm destruído muitas amizades, famílias
e igrejas, e têm que ser vencidos para se andar no Espírito.
Inimizades
(20) é uma palavra comum para descrever a separação entre inimigos. É a
mesma palavra que Paulo usou em outro lugar para falar da separação de Deus
(Romanos 8:7), ou a divisão entre os judeus e os gentios que foi removida
pelo sacrifício de Cristo (Efésios 2:14-16). Os cristãos têm que amar seus
inimigos, e não podem imitar ao ódio do mundo (Mateus 5:43-48).
Porfias
(20) são o comportamento que resulta da atitude de inimizade. Esta palavra
descreve debates, disputas e lutas que freqüentemente ocorrem quando pessoas
estão preocupadas, de modo egoísta, em proteger seus próprios interesses.
Ciúmes
(20) é uma palavra que fala do medo de perder alguma coisa, que leva a
conflitos com outros e até mesmo a ressentimento e ódio a outras pessoas.
Iras
(20) é uma palavra forte que descreve a fúria e o impulso violento contra
coisas ou pessoas que nos ofendem. É, freqüentemente, vista na tendência de
pessoas a reagirem quando se sentem lesadas. Em contraste, Paulo disse que
não temos que procurar vingança, mas devemos deixar a Deus o exercício da
justiça (Romanos 12:19-21).
Discórdias
(20) descrevem as dissensões que resultam de ambições egoístas. É uma
palavra política que descreve a campanha partidária pela honra e posição.
Tal política não tem lugar entre os servos de Cristo. Paulo disse que a
solução para tais conflitos é imitar a atitude altruísta e sacrificial de
Cristo (Filipenses 2:1-8).
Dissensões
(20) descrevem as divisões que resultam quando as pessoas satisfazem seus
próprios desejos em vez de buscar agradar ao Senhor. Para evitá-las,
precisamos basear nossa unidade na palavra de Deus (1 Coríntios 1:10) e no
exemplo que Jesus nos deu (João 17:20-23).
Facções
(20) são seitas ou partidos. Os primeiros três capítulos de 1 Coríntios
mostram que tais seitas não deveriam existir na igreja do Senhor. Não
devemos seguir as várias doutrinas humanas que dividem o mundo religioso, mas
devemos nos unir a Cristo e com aqueles que o seguem fielmente.
Invejas
(21) são similares aos ciúmes. Os ciúmes resultam do temor de perder algo
que alguém já tem; as invejas são o ódio e o ressentimento que uma pessoa
sente quando outros prosperam ou possuem o que ele não tem.
Pecados
que Demonstram Falta de Autodomínio
Bebedices
(21), ou embriaguez, é um problema que tem afligido as sociedades desde os
tempos antigos. O abuso do álcool, com todos os seus feios resultados de
mortes desnecessárias, lares desfeitos, esposas e filhos maltratados, etc.,
continua a ser uma das mais comuns obras da carne. Ela não tem lugar na vida
de uma pessoa que está verdadeiramente sob o comando de Deus.
Glutonarias
(21) é uma palavra que nos recorda que o excesso, mesmo em coisas que não
são inerentemente más, pode ser errado. Não é errado comer, mas comer sem
se conter é errado. A pessoa que não pode recusar comida não está
mostrando o autodomínio que Deus exige de nós, é glutão.
E
Coisas Semelhantes
Esta
não é uma lista completa de todos os pecados possíveis que uma pessoa pode
cometer. Paulo está simplesmente dando exemplos para ilustrar a diferença
entre a pessoa que é governada pelo Espírito e aquela que é uma escrava das
paixões carnais. Ele nos está desafiando a retirar estas coisas de nossas
vidas para que possamos viver e andar no Espírito.
A
Conseqüência do Servir à Carne
Paulo
não deixa dúvida em seu comentário final, no versículo 21: ". . . a
respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não
herdarão o reino de Deus os que tais cousas praticam". Há uma ligação
inegável entre nossa conduta e nossa salvação eterna. A pessoa que não
permite ao Espírito mudar totalmente sua vida e remover tal carnalidade não
receberá o prêmio de um lar eterno com Deus. Devemos ser transformados de
dentro para fora (Romanos 12:1-2).
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